domingo, 18 de dezembro de 2011

O Conto da Fada I



Eis que era um conto de fadas e a mocinha já estava apaixonada pelo príncipe. Depois de armar zilhões de encontros escondidos a fada-madrinha agora costurava o vestido do baile do dia seguinte com suas agulhas encantadas. A futura princesa deveria usar uma fantasia e, se o mocinho a beijasse mesmo sem reconhecê-la, (sabe-se lá por quê)essa seria a verdadeira prova de amor e blá blá blá.
Um vestido de espuma do mar com orvalho da alvorada deixaria a menina totalmente irresistível. A fada-madrinha suspirou, sua mente nunca estivera tão confusa em toda a longa vida. “Será mesmo possível?” Terminou o vestido, combinando com um par de sapatos prateados. Estendeu-o na escrivaninha e pôs-se na janela, queixo apoiado nas mãos.
* Suspiro *
Pois sim. A fada madrinha suspirava e pensava no príncipe. Mas não no que poderia fazer para juntá-lo com Marina, a fada pensava no príncipe de maneira totalmente inapropriada. Não é como as coisas deviam acontecer, não era para seu coração bater daquela forma, pelos deuses! Não por um humano, não pelo príncipe da SUA menininha. A fada-madrinha sentou no chão encostada na parede, finalmente entendendo a necessidade de uma garrafa de wisky.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Alexander W. E Sua Xícara de Açúcar


Nunca gostei de lobos. Quando dormia na casa da minha avó eu sempre escutava seus roncos e podia jurar que eram uivos, uivos medonhos. Eu sabia que uma porta entreaberta era o suficiente e meu lençol, fino demais.
Lembro da época de “Pedro e o Lobo” e de como eu mal conseguia assistir o filme, mesmo com outras pessoas. Meus pesadelos em primeira pessoa... AQUELE pesadelo. Um sonho lupino que, mesmo depois de crescida, me impediu de colocar os pés no chão.
Cheguei a ganhar um livro. “A Verdadeira História dos Três Porquinhos” era o título, e narrava o conto do ponto de vista de A.Wolf, um lobo. É realmente uma boa história, eu gostava desse lobo inocente e civilizado que desejava apenas fazer um bolo para a avó. Eu QUERIA acreditar nesse lobo.
Mas uma coisa que você aprende sobre os lobos é que eles não são inocentes. Acho que talvez seja por isso que u nunca confiei em cachorros... Sempre acabo voltando ao meu sonho e á cena de um filme que mostra uma floresta escura e apenas dois pontos luminosos, duas faíscas amarelas, cheias de malícia.
O que me assusta nos lobos não são seus dentes afiados, mas a maneira como sabem escondê-los. Não suas garras, mas sua fala macia e jeito de amigo próximo. Eles sempre estarão lá para mostrar o caminho da casa da vovó, mas não sem antes te espionar por entre as árvores e pensar: “Que garotinha deliciosa... E que belo capuz!”
Não, não, não. Não gosto de lobos. Eles estão sempre famintos, sempre gentis com suas lamparinas âmbar. Estão em toda parte e á medida que cresço vou me dando conta de que eles não vão embora quando fechamos os olhos. Oh, meu bem! Esse é o momento que eles estavam esperando.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Monocromo


Odeio essa sensação de que meu dia se perde em significado quando não posso encontrá-lo. Odeio essa distância de você, irmã, a falta de te ver, a saudade. Porque essas letrinhas numa tela não me dizem nada, não me fazem te enxergar nem saber como está.
É uma solidão, um desânimo... Viver é um despropósito e bem sei como é ai que as coisas começam a ficar perigosas. Sonambulando pela casa e pela cidade, monocromando ao sol. Sentindo minhas Células adoecerem aos poucos e meus olhos arderem de cansaço.
Não quero amanhã, não se ele for como manda o script. Não quero mais um dia desfigurado, ainda pior que hoje. Quero mais domingos, mais companhias e objetivos, mas Solmingos. Mesmo com chuva, mesmo com raios, pra mim está tudo bem, desde que eu possa te encontrar, abraçar e entender o que você está sentindo. Esquecer um pouco dele, tirar da cabeça.
Descobri que a liberdade pode ser apenas uma prisão irônica se você é o único a desfrutá-la. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No Sugar, Thanks


Queimei a ponta da língua e já não posso sentir nada doce. Tudo o que me vem á boca fica amargo, salgado ou azedo. Não reclamo, até gosto; pode ser muito bom dar uma pausa das coisas melosas.
Alem do mais, já estou acostumada. Poderia dizer que a terapia desadocicada faz bem:
O salgado é simples.
O azedo quebra o enjôo.
O amargo puxa pra realidade.

Só tenho a ganhar com três sabores tão rejeitados. Vou descansar minhas maltratadas papilas gustativas e ver se ponho um pouco de juízo na cabeça. Não há com o que se preocupar: logo-logo minha língua vai ficar bem e eu estarei novamente pronta para ser iludida por tudo o que é doce.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Esclarecimentos

Em alemão, a palavra para "paixão" é

LEIDENSCHAFT

Ela pode ser dividida em, basicamente, duas partes:

LEIDEN e SCHAFT

"SCHAFT" é um sufixo que caracteriza substantivos femininos no geral, e

LEIDEN

É uma outra palavra, que significa

SOFRER





Será que isso faz algum sentido?

Por trás daquele "Bom Dia"

   Queria ter mais coragem. Poder dizer o que está aqui preso até agora, pulsando em algum lugar entre meu peito e minha língua. Se as pernas não tremessem, eu não ficasse enjoada, se não me sentisse tão ridícula a atenta à minha insignificância...
   Queria poder dormir, mas eu fecho os olhos e pensamentos sonâmbulos persistem e insistem, me cutucando com aspereza. Quero dormir tanto quanto quero falar, contar de uma vez por todas. Mas, por mais que esteja cansada, de tudo, simplesmente exausta, eles não vêm;  nem meu sono, nem minha coragem.
   Que se pode fazer com pálpebras que pesam, mas não fecham e frases que sufocam mas são soam? Estou entalada e enlatada na minha conserva de azeite, atum e impotência, quase enlouquecendo.

domingo, 13 de novembro de 2011

But I Do

When you said goodbye
And left me with my junk
I thought I'd nearly die
But I just got really drunk


Now that I've seen you there
With that dress
I know I shouldn't care
But I do... I do...


So just take it, take it, take it, take it out
I can't think of, think of, think of, think about
I gotta get you, get you, get you, get you off
My head


When you said hello
And talked to me that night
I thought I'd nearly die
My throat became too tight


Now that I've seen you there
With that smile
I know I shouldn't care
But I do... I do...



So just take it, take it, take it, take it out
I can't think of, think of, think of, think about
I gotta get you, get you, get you, get you off
My head

Do Outro Lado do Espelho

   Sinto como se a máscara do mundo tivesse caído e finalmente me feito ver o quanto tenho sido ridícula. Não há nada aqui pra mim. Aqueles olhos brilham pra todos do mesmo jeito. Por que, oh céus, seria diferente comigo? Mas a vontade de me enterrar só não é maior que o impulso de olhar dentro da sua íris.
   São duas piscinas de água cristalina que mais parecem ímãs. Então que parem de voltar-se para mim quando tenho de me concentrar no que estou fazendo. Será que pensa não ser difícil o suficiente sem senti-las me queimando vez ou outra? E a boca? Devia ser proibido sair na rua assim! Aquela curva perfeita de Michelangelo com um ponto final no canto direito me põe em devaneios por horas a fio. 
   Mas não passa disso. Ela não é minha e nunca foi... Muito menos vai ser. É como olhar para um espelho por tempo demais, acreditando estar vendo movimento do outro lado. Uma hora, no entanto, você descobre que era apenas seu próprio reflexo, adoçado com tudo aquilo que deseja ser verdade. Mas não é. E o momento chegou de não mais deixar-se iludir de forma tão dolorosa por um pedaço de vidro quebrado. Mesmo que tenha olhos azuis.

Ring my Bell

I don't wanna suffer for you, babe
Won't you make it clear?
We're already up to november
The edge is comming near

I would make my best to be your taste
But tell me since you're undecided
'Cause I've got no time to waste

It's almost summer and I'm almost done
The sun is out and I wanna be as well
We both know I ring your bell
So don't you dare to go back home

(Before you)

Tell me what is that you want, oh, babe
Thought I wouldn't see?
We are stumbling in the dark
And that is not where we should be

I would do my best to make you stay
But tell me, since you're undecided
I'm no toy for you to play

It's almost summer and I'm almost there
The sun is out and I wanna be as well
We both know you ring my bell
Just look at me, you know where

(But)

I don't wanna suffer for you, babe
Did I make it clear?
We're already up to november
The edge is comming near

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um copo de Vodka que nunca existiu.

Ela pegou o copo, cheio com alguma bebida aleatória, e andou pra longe. Parou em um lugar escuro, totalmente consciente dos passos que a seguiam. Encostou-se na cerca e levou aos lábios o liquido, cheio de álcool e qualquer outra coisa barata, fingindo não querer olhar para a pessoa ao seu lado.
-       Por que você veio pra cá? – ele perguntou.
Ela bebeu outro grande gole da coisa, já sentindo a cabeça girar.
-       Por que você está me evitando? – inquiriu novamente.
-       Estou fugindo. – respondeu ela, seca e a contragosto. O estômago gelava e isso nada tinha a ver com bebida alguma. Ele se aproximou um pouco mais.
-       Mas eu gosto de você. – começou o menino, sem perceber que ela apertava o copo com a mão. – Quer dizer, você é realmente legal.
Ela mirava os próprios sapatos, imaginando o quão brilhantes deviam ser aqueles olhos que agora a questionavam.
-       Sabe, é ai que está o problema. Você é o meu tipo. Mais que isso, talvez.
-       E dai?
Céus. Existiria alguém assim tão inocente? Seria ele sonso ou apenas escondia a verdade de si mesmo? Ela respirou fundo.
-       Tente entender... – começou. – Eu estou com medo de acabar gostando de você de outra forma. – Fez uma pausa. – Tenho medo de já estar gostando.
Olhou para ele pela primeira vez. Aquele olho claro deveria lhe dizer alguma coisa, mas ela não conseguiu traduzir no momento. Estava confusa demais. Talvez bêbada demais. De todo jeito, sua garganta apertou e ela foi forçada a desviar o rosto novamente. Ele avançou um pouco mais e a abraçou. Começou então a cantar uma musica, aquela que tantas vezes haviam cantado juntos.
Ela se afastou, a boca com gosto de metal.
-       O que há de errado com você? – exaltou-se a menina. – Não percebe o que acabei de dizer? – Os olhos claros miravam-na, confusos. – Não deixei claro o quanto doeria ter você por perto sem te ter pra mim? Me mata ouvir de você essa musica! Me mata sentir sua pele na minha!
Calou-se, percebendo aos poucos o que havia dito. Sentiu-se novamente tonta e apertou os olhos, sem mais poder encarar o rosto na sua frente.
-       Eu... – começou ele. Mas não encontrou mais palavras.
Sem saber o significado desse silêncio ela sentiu que a visão ia ficando turva. “Lágrimas sempre vêm nas horas erradas” pensou, sufocando-as. Virou a bebida e engoliu de vez o restante. Jogou o copo no chão e amassou com os pés.
-       Eu não sou um brinquedo. – disse a menina e, segurando-se para não dar-lhe um beijo, virou as costas e foi embora.
Teve vontade de olhar para trás, mas sabia que logo-logo haveria outra pessoa ali também e ela não gostaria de ver. “Foda-se”, pensou, e voltou para dentro em busca de mais álcool.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Já Não Posso Dormir

Lembra
Daquelas tardes de verão
Das horas que agente perdia
Do barulho de mar de todo dia

Já não
Tenho mais disposição
Já não aguento essa cidade
Já não temos mais aquela idade

Mas não pega nada
Que aquele passado já virou piada
Os meus problemas todos
Só vêm de madrugada
E eu já não posso dormir
Nem pega nada
Que essa cidade já não passa de fachada
E tudo o que eu te disse é uma mentira deslavada
E eu já não posso dormir

Rezo
Por pessoas que nem vejo mais
Me convenço de que não sou louca
Rezo por essa vidinha escrota

Quero
Vinte pílulas de lexotan
Uma árvore e uma corda
Não ligar mais tanto pro que importa

Mas não pega nada
Que aquela cidade já virou piada
Os meus problemas todos
Só vêm de madrugada
E eu já não posso dormir
Nem pega nada
Que aquela sempre foi uma piada mal-contada
E tudo o que eu te disse é uma
Mentira deslavada
E eu já não posso dormir

29/10/11

   Tem coisas da vida tão misteriosas que sinto que nunca poderei desvendar. Um beijo, um olhar, o jeito que o vento sopra certas horas, o tamanho da lua, um dia... Sábado. Nem consigo explicar O QUE É que eu não entendo desse sábado. Foi sutil e ao mesmo tempo escancarado.
  Os momentos que deveriam durar séculos (que geralmente acabam durando segundos) realmente foram longos, satisfatórios, incríveis. Uma tarde inteira, um pôr do sol, , MAR, MAR e MAR. Luzes saltos, cores e música, ESTRELAS, ESTRELAS e ESTRELAS.
  Foi também estranho e indecifrável o jeito das coisas de serem e não serem ao mesmo tempo. Ai, Sábado. O dia que se estendeu até as horas de domingo, mas ainda era ele, eu tenho certeza!
  Pra quê tanto drama em cima de parcas 24h? Eu também não sei. É difícil pra mim explicar, mas foi uma alucinação, um acontecimento metereológico.
E uma única frase resume essa merda de texto: Viva a magia dos Sábados.

domingo, 23 de outubro de 2011

Como é que se diz "luxúria" em francês?

   Será que é pecado dizer que você me excita? É que parte de mim ainda reluta em admitir, mas uma metade inteira te quer aqui e agora, pra aquecer minha cama enquanto a chuva bate na janela. E quem é que vai dizer? Apontar o dedo na minha cara e dizer que vou pro inferno por te querer debaixo do mesmo lençol que eu?
   A verdade é que você é um dos melhores estimulantes que eu já tive e te imaginar sem camisa, querendo ou não, me dá um calafrio dos pés à cabeça. Aliás, nem precisa estar sem camisa! Basta um olhar seu, o contraste do tecido preto com a pele branca e bum. Lá se vai meu sangue, correndo alucinado pelas artérias.
   Acreditando ele, pobrezinho, que você está aqui para matar minha vontade, esquentar meus pés e (oh, dear god) derreter tudo. Até mesmo aquele cantinho minúsculo do meu cárebro que me diz, como um despertador, quando as coisas não têm chance de acontecer.
   Perceba, meu bem, que ele já não está funcionando. Afinal, há quanto tempo venho devaneando sobre coisas impossíveis sem que esse filho-da-puta me avise a hora de parar? Cérebro, cérebro... De sonho, luxúria ou desilusão, algum dia você ainda me mata.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Oliver

 Meu queridíssimo amigo, de longas datas e saudosa memória:


    Escrevo-te esta carta para dizer que infelizmente terei de declinar ao teu convite de antecipar nossa viagem. Óbvio e evidente que seria de meu gosto e preferência compartilhá-la contigo, mas entenda que não me sinto pronto.
    Veja bem, meu caro, antes de partir eu gostaria de prganizar meus papéis e me despedir direito da família que há muito não vejo, pois ambos sabemos que seria uma jornada sem volta. Há também o meu jardim, que encontra-se em estado lastimável: as ervas daninhas parecem querer tomar tudo e mal dão espaço para que os pobres narcisos respirem. Um aborrecimento só, posso garantir!
    Se desejas de todo o coração içar velas sem demora posso apenas dizer que o apoio até o fim, pois defendo piamente o direito de qualquer um de escolher a própria hora. Eu, no entando, encontro-me curiosíssimo para descobrir como serão estes meus anos finais pelo lado de cá e escolho portanto o destino que a vida quiser me dar.
    Ficarei aqui de peito apertado sentindo a tua falta, mas não te apoquentes. Parte na sua viagem através dos mares desconhecidos que sem demora hei de te alcançar. Já sinto doerem meus joelhos e rangerem minhas velhas articulções. Sairemos então a explorar juntos os mundos que estão depois deste.
    Vai e descansa, amigo. Segue teu caminho que ter encontro na clareira.


    Já com saudade, teu irmão e eterno parceiro de aventuras,


    
                                                   Oliver.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lata de Biscoitos

        Tudo o que recebemos pelo correio hoje em dia são contas. Pedidos de assinatura, folhetos, sim, também, claro. Mas o que quero dizer é que os carteiros já trouxeram coisas mais singelas. Costumávamos aguardar como cachorrinhos a abençoada hora em que chegariam os preciosos envelopes. Cartas de amor, de amigos distantes, fotos 3x4 que valiam mais que todo o ouro do mundo e eram guardados com todo o cuidado embaixo do travesseiro.
       Agora temos tudo rápido, imediato e exposto para qualquer um que queira ver, no mundo todo! Óbvio que tem seu lado bom, a praticidade, a facilidade... Uso e aprovo! Mas onde fica a interminável espera que aperta o coração? O frio na barriga? A sensação de apertar mil vezes o papel contra os lábios para depois colocá-lo junto com outras tantas cartas perfumadas em uma lata de biscoitos, escondida bem no fundo do armário?
        Pensando melhor, as próprias pessoas já foram mais singelas. Não há tampo a ser gasto escrevendo à mão os sentimentos, que são despejados de qualquer jeito em um site de relacionamentos. Quer maior prova de afeto, coisa mais íntima que delinear com as próprias mãos as palavras a serem lidas e fechar o envelope com a língua? Escolher um selo que faça jus a uma lembrança adorada e depositar no correio as esperanças de uma resposta que lhe farão passar noites em claro.
        Meio romântico? Sim. Meloso demais? Talvez. Mas muito, muito melhor que um recado no Facebook.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Atrás da Porta

        Não, não estou apaixonada por você. Estou apaixonada por uma ideia de quem sejas, pois nem te conheço bem. Mas é uma ideia tão boa! Cheia de tardes tímidas e preguiçosas num lugar deserto. Noites intermináveis num quarto escuro, ouvindo o melhor que o Rock'n'roll  tem a oferecer. Aquela mão afastando meu cabelo dos olhos, prendendo sua revolta atrás da orelha com um beijo.
        Só nós dois - quer dizer - eu e minha ideia de você. É uma ideia tão linda! Tem seus cabelos claros e sua pintinha que fica embaixo da boca. Me olha com seus olhos, me toca com sua pele. Não é um pensamento qualuqer, não senhor!
        São todas as conversas incríveis, terminadas sempre sem roupa nenhuma. Sinto-me até constrangida  por ter dividido tantas intimidades, tantos desejos secretos e beijos escondidos com esse estranho que nem me conhece. Essa ideia de você que importuna minha imaginação, como um sussurro atrás da porta.E o que fazer? Não posso simplesmente impedir meu coração de disparar quando te vejo. É que você se parece demais com meu sonho! Mesmo rosto, mesma voz, mesmo jeito de se mexer. O que posso fazer? É realmente uma ideia muito boa. Monumental, genial!
        Ninguém nunca teve de tí um sonho melhor que o meu. Pensarque ele pudesse ser na sua cabeça só como um erro num noite qualquer é pior do que pensar que um sonho assim pode nunca ter passado pela sua cabeça. Ou pela cabeça dele; do "meu" você. Ah, já estou ficando confusa!
        Nunca fui muito boa em separar a realidade da fantasia. É sempre muito perigoso trafegar pela minha imaginação.... Tenho tanto medo de me perder! E como posso resistir a essa armadilha feita por mim mesma? Essa cópia fiel do seu rosto, essa ideia de você; de nós dois!  É difícil demais amassar e jogar no lixo. Sem dúvida, é uma ideia muito boa. Mesmo.

Bad-Ass Guy

Yes, I saw you at the bar
But I'd never talk to you
See, he was also sitting there and
I had better things to do


It's not that funny, Hunny
When it's your heart burning hot
So you can keep your nasty boy
And i'll get another shot


He drinks his coke like a bad-ass guy
He walks like a man, like he's nothing to hide
I've made you some brownies, I thought that you'd like
But I'll stay home, maybe eat them alone tonight


Yes I saw you down the street
But I'd never say hello
You were making out with him
I didn't wanna stop the show




Love to hear that you're in love
But couldn't it be me?
Drop that little gangsta now
And I get you outta here


He smoke his pipe like a bad-ass guy
He walks like a man, like he's nothing to hide
I wrote you a song, I thought that you'd like
I get you home, maybe sing it for you tonight


Just sing it for you at might

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

&

A única diferença entre o demônio e as pessoas é o par de chifres. Às vezes, nem isso.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perhaps, perhaps, perhaps...

        Às vezes tudo o que eu quero é escutar a Hayley Williams cantando tudo o que eu queria te dizer. Por mais que meu interlocutor seja um reflexo de espelho, por mais que a música não seja exatamente AC/DC, por mais que doa mais em mim que em você, por mais que você fosse só um passatempo.
        Meu pequeno passatempo, nosso pecado musical foi um momento de brecha no tempo onde a srta. Perfeita simplesmente fez o que lhe veio à cabeça. E minhas teorias estão sempre erradas, mas a verdade é que meu beijo ou sei-á-o-que mudam as pessoas. E olha que essa teoria nem é minnha! É a magia da Aylee, a infalível magia negra da menininha Himmel.
        Aqui vamos nós de novo! Invariavelmente. Acho que simplesmente tenho que fechar os olhos e me fazer acreditar que esse é o lugar onde eu quero estar. Ah, meu queridinho, meu passatempo, eu estava só te usando!
(Perhaps, perhaps, perhaps...)
        Mas o que importa é que eu estou distante nas estrelas. Não posso ligar se há qualquer tipo de sentimento. NÃO HÁ, NÃO PODE HAVER! E tenho dito, e é isso ai. Esqueça todas as memórias, lindinha, e esqueça essa coisa de amor, porqeu o amor, meu bem, meu coração, o amor já te esqueceu.
        Eu já tinha ido embora desde o primeiro dia, meu pequeno passatempo. Por que vocÇe tinha que me convencer do contrário? Ah, ora essa, não fique tão melancólica, lindinha, você devia ter visto desde o início! Azul? Quem aqui está azul? Mesmo que eu sentisse alguma coisa... NADA! VOCÊ NÃO SENTE NADA, Senhorita Gelada... Nunca, nunca, nunca, nunca, nunca, nunca!
o que importa é arranjar um jeito de viver dentro de um sonho. O tempo está mudando tudo e eu faria tuo de novo, apesar de você ser só o meu usado, querido, pequeno passatempo. Canta, Hayley! Ele é só o meu pirralho. Só o meu pequenho passatempo.
(Perhaps, perhaps, perhaps...)

A Fuga da Cidade Cinzenta

          Você realmente precisa disso? Todo esse nonsense planejado pra fical cool, as grosserias, as emburradas sutis pra trás e o jeito disfarçado de garantir que eu não me sinta importante. Eu te amo muito, mas está chegando num ponto em que eu não posso mais disfarçar o desconforto com meu iPod.
          Você acha que não levar nada a sério vai ser bom e te deixar mais leve? Pode ser que esteja certo nesse mundo doente em que vivemos, mas não pra mim. Se o que você vai dizer é "foda-se", então, pelo menos, eu vou estar te avisando. Não dá pra apostar todas as suas fichas e esforços em uma única maneira de ser feliz porque as coisas somem em um instante e você nem vai perceber!
         Se eu sou a única a me sentir excluída dessa bolha magnífica de felicidade então o problema pode estar na minha própria "depressão" (aspas e aspas e aspas). Para todos os efeitos, eu não daço parte dessa bolha e nem quero fazer. Não desse jeito.Quem sabe a gente se entenda quando as coisas voltarem a ter importância?
         Não deixemos que chegue a isso. Por favor. tente olhar de novo, tente não exagerar, tente não falar mal nem magoar. Eu confio em você, sei que consegue!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Meu Drama

   Só porque é exagerado não significa que não seja real. Talvez o exagerado seja ainda mais verdadeiro que o contido, justamente por ter a espontaneidade e explosividade dos sentimentos em sua essência.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Draw



Why don’t you try?
We’d be together like before
Let’s go back in
Turn on the music, lock the door

I’ll ask you once to make me happy
And I won’t assk it again
There’sa strom behind my back
And I’ll be gone with the next train

(cause)
I don’t know what’s best for me now
And i don’t wanna figure it out
Just keep me warm
I’ll play piano while you draw

Would you believe
That things can happen if we try
Don’t think too much
‘Cause it’s an awful way to die

I’ll aks you once to call me back
And then nothing left to say
Hold my wrist or hold your pen
I can take it anyway

(cause)
Everything could disapear
I’d throw the sickness outa here
Just make me calm
I’ll play piano while you draw

Why don’t you hold me in your arms?
Why you so perfect passing by?
Why don’y wou care? Why don’t you die?

(cause)
I don’t know what’s best for me now
And i don’t wanna figure it out
Just keep me warm
I’ll play piano while you draw

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cólicas


Que dia! Eu chegaria ai totalmente irritada e cansada, jogaria minhas coisas na mesa do quarto e me largaria na cadeira mais próxima. Você olharia pra mim da porta e viria até mim, com sua melhor cara de “poxa, que saco…”. Mas se apoiaria nos braços da cadeira e me daria um beijo. Iria me carregar nas costas até a cozinha e me encheria de leite condensado e bolo ou sei-lá-o-quê.
Saberia que eu estava num dia daqueles e ligaria o ar-condicionado, me cobriria com a colcha e apagaria a luz. Colocaria aquele filme incrível no computador e viraria o monitor pra cama, deitando do meu lado e me abraçando. Eu me revezaria entre olhar para a tela e receber aqueles beijinhos que são o melhor calmante conhecido na medicina. Eu fecharia os olhos e agradeceria simplesmente por ter você grudado em mim e por sua respira cão se confundindo com a minha.
Acontece que nós dois sabemos que não é assim: esse foi um dos piores dias de que eu consigo me lembrar. Todas as pequenas e grandes coisas deram errado. Quando cheguei em casa não havia nada alem de meu velho amigo gato para me dar boas-vindas. Fervi macarrão instantâneo e uma bolsa de água para controlar respectivamente a fome e a dor lancinante que sinto dentro de mim.
Nada de ar-condicionado, nada de leite condensado, nada. E isso não é o pior e você sabe do que eu estou falando. Sabe que não importa se meu biquíni é vermelho ou laranja desde que você esteja na piscina comigo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Hunny



Love is in the air
Love is everywhere
But I Just ain’t part of it

I’ll have to disagree
It makes no sense to me
‘Cause june’s Magic makes me sick

I Just wished you didn’t kiss that girl
I don’t think I really wanna know
If she’s Nice, If she’s smart
“Was she beautiful?”

It’s been a lot of time
Since i have heard you cry
And i’ll waste another tear

I’d say “I’ll meet you soon”
I’d search you on the moon
But your point was very clear

I Just wished you didn’t say that thing
And there’s nothing but the world to blame
I can’t dream it alone
I wont count to ten

And I know it wasn’t really cool
I’m sorry that you girl was in high school
But I think you should know
Life Will hurt you too

Hunny, Hunny
La, La, La, La, La
I’ll hang up with the guys
We’re gonna be Just fine

Hunny, Hunny
La, La, La, La, La
I’m goin’ out tonight
I’ll see ya’ round some time.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Do you wanna dance?"


Aquela musica ficava rebobinando na minha cabeça. “ I still press your letters to my lips.” Meu peito se comprimia e era como um pesadelo horrível. Eu voltava ao desespero daquele dia fatídico quando você me apertou entre seus braços antes de tirar meu chão e me jogar num poço sem fundo e sem saída. As imagns passavam borradas e a musica nítida tampava a da lembrança.
“So if you love me let me go.” O refrão se aproximava e eu era mergulhada no oceano negro das coisas posteriores. Os braços que me seguraram para que eu não caísse e suportaram minhas unhas e dentes raivosos para me afastar de você,  pra não deixar que eu me matasse e te levasse junto. Ah, refrão maldito que me lembrava todas as promessas quebradas e as lágrimas que desciam queimando.
Mas nada se punha pra fora. Tudo era barrotado dentro de mim e a musica repetia mais e mais. Eu abria os olhos e estava na minha sala, fechava os olhos e estava no inferno. Agarrei-me em outra musica: uma que me lembrasse seu cheiro e todas as coisas mágicas que você me traz. “ I keep on playing our favourite song, I turn it up while you’re gone. It’s all i’ve got when you’re in my head”.
Eu agora pensava em nós subindo as escadas em meio à multidão.  Uns cnco minutos antes de o mundo cair, mas ainda abençoada pela felicidade da ignorância. Lembro do sentimento de estar ali e a alegria descabida de te pertencer e de te ter só pra mim. Bem, era o que eu achava, né?
Então o sino batia  e eu corria para os corredores em meio ao turbilhão de pessoas que buscavam ar fresco. Entrava em uma caixa de ferro ambulante que me levaria para casa e a paisagem começava a passar do lado de fora. Outra música me invadia enquanto o vento despenteava meus cabelos e pensamentos. Ficava até a minha sombria hora de dormir.
Eu lmbrava do nosso mundo atemporal dentro do seu quarto. Bastava fechar a porta para que fossemos arrancados da realidade escrota. “The night is here, the Day is gone and the world spins madly on”. Como eu queria sua porta para me tirar daquelas horas. Mas vinha o sono e me carregava pra algum lugar feliz e colorido.
Era por pouco tempo: logo o despertador berrava e me puxava de volta à vida. “ I woke up and wished that I was dead”. Me arrastava pra fora da cama e em um instante estava no coredor. Rostos enfeitados com o sorrisos mais lindos me saudavam e tornavam aquele um dos dias bons. Cantavam “Tonight, Tonight” do fundo de suas pupilas.
E então eu também sorria.

domingo, 3 de julho de 2011

A 300 mil por segundo

Querido mundo,

Por que merdas você está girando tão loucamente rápido? Sacodem os meus pensamentos e tudo fica disforme, invertido e terrível. Eu esperei a semana inteira pela chuva e, quando ela chegou, eu estava despreparada. Mas, justamente quando a desejei, ela não veio e meus olhos ficaram secos enquanto minha alma chorava.
Sabe, louco mundo... Eu descobri hoje que os traques de São João não estouram sua língua se você apertá-los com os dentes. Eles explodem, mas não causam dor alguma. Só deixam sua boca cheia de pedrinhas escuras que se cospe pela janela. Cospe e espera que elas caiam na cabeça de alguém que mereça.
Hoje eu percebi que gosto muito de desenhar e desejei poder decidir o tema dos meus sonhos, e então dormir seria só como ir ao cinema no próprio inconsciente. Também notei que não me importa realmente se meus desenhos são bons ou não. Me toca menos ainda o fato de que há milhões de pessoas por ai desenhando muito bem. Eu gosto dos meus desenhos, pronto , falei!
Nesse mundo, louco mundo, as coisas também estão ficando cada vez maus estranhas. Venho percebendo o quanto você é diferente do que se passa na minha cabeça. E qual de nós está errado então? Os dois, talvez? Eu sei lá! Eu acho isso tudo uma grande besteira. Só mais uma merda de uma piada sem graça do tumblr.
Pare de girar desse jeito tão insano! Não percebe que já está ficando tonto? Não percebe que eu já vomitei várias vezes? Não vê que as meninas de sete anos se maquiam para ficarem bonitas? Mas estão HORROROSAS! Tão horrendas que me dão pesadelos. Mundo, meu querido, louco, insano, giratório, veloz, incrível, risível... LOUCO! Louco mundo! Pare de girar desse jeito tão errado. Os bebês deviam ser embalados em teu balanço... Mas estás como uma roda gigante solta que esmaga tudo por onde passa.
Então FODA-SE o amor. E foda-se também a porra da internet. Não, eu não tenho GVT e meu computador é movido a hamster. Pois é! Eu não estou conectada 24 horas a esse louco mundo. Tenho estado ocupada demais olhando pra dentro, tentando descobrir o ponto onde as coisas começaram a desandar para todos nós, meu querido. PARA TODOS NÓS.
Sabe, mundo querido... Quando você puder parar um pouco com essa roda-viva para ler minha carta eu lhe peço que a responda, porque tenho estado muito sozinha aqui, esperando que você cutuque de volta.

Ansiosamente,

A.H.

Em fim de festa, enfim, lábios.


Por um momento eu esqueci a valia de um beijo. Peguei-me pensando no significado desse ato tão coberto de carinho, amor, paixão... Ou nada. A natureza inventou o sexo, mas quem inventou o beijo fomos nós e mais uma vez eu me pergunto o porquê.
Por que a boca? Por que nos são tão caros esses roçares de lábios  e enrolares de língua que fazem suspirar? E pedimos mais e mais e NOS enrolamos todos por esses momentos fugazes onde experimentamos o céu e a saliva alheia.
Quando estava imersa, olhos e ouvidos turvos, tudo o que minha boca pedia era outra igual para acariciar. Mas agora, mente clara e vazia, de pouca coisa me lembro e menos ainda me faz sentido para justificar toda a energia que circula em um simples beijo. E os complicados então? Todo o frio na barriga, as entranhas se remexendo por dentro, as milhões de sinapses feitas pelo cérebro e o resultado é

SMACK.

ONDE fica a magia de tudo isso? Por que o coração pula só de pensar no momento do encontro de duas bocas? É hilário! Dissecando a analisando cada coisa, cada movimento combinado de línguas e lábios e loopings loucos, eu não paro de me perguntar como o corpo e a mente traduzem isso por paixão.
A parte mais curiosa é que todos esses questionamentos não mudam nada nem tiram a vida e o mistério da coisa. E, sim, eu ainda estou tremendo por encostar meus lábios naqueles. Tudo começa com um garoto. Mas para falar disso, entramos em um mar de confusões maiores ainda.

Falta de Aletiômetro (Tity já dizia)

“Por que ninguém ao menos uma vez tem medo de me perder?” Eu não sei, Nina. E em alguns momentos até dá pra esquecer a dor disso, mas quando a consciência volta... Você só quer cair no chão e implorar á Terra que te engula. Não é exagero, afinal, existe dor maior que a de um coração partido e um ego machucado?Está entre os piores sentimentos do mundo o de saber que você não foi o suficiente; saber que seu afeto e seu carinho não valiam tanto á pena para honrar a confiança.
“Act like a whore, pay like a whore.” É assim que sentimos e é assim que devia ser, não é, Sophs? Mas por que é você quem paga quando alguém dá uma de vadia? É querer demais que as pessoas paguem por suas próprias besteiras?
Mas você não dá uma dentro mesmo, né? Porque, quando tudo parece bom, a pessoa a quem você deu a delicada esfera de vidro que é a sua alma pega e joga ela no chão. Ainda faz questão de chamar outra pessoa pra partilhar o prazer de esmigalhá-la com os pés.
E depois, como olhar pro mundo com os mesmos olhos? Como olhar para todas aquelas promessas jorrando da boca se sempre o mais fácil é que será feito? Na sua vez você se fodeu: pagou com sangue o leite que derramou. Mas a sujeira alheia também se lava com suas lágrimas. A vida está bem pouco interessada no que é justo ou não, no que é certo ou não.
Porque isso não está certo. E ai é que está. Eu pessoalmente acredito que todo mundo vai pagar pelo que fez de mal, não importa se as pessoas achem elas culpadas ou não. Enquanto isso eu sigo com a minha dor e com todo o resto. E, sei lá... Se a vida e der as costas, passe a mão na bunda dela.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Smell the Light


Gimme speed
Like electrons in a storm
Cut the sky when i get born
Once more

Close your eyes
And touch the brand new lies
Look for answers with no clue
And feel blue

Smell the light
Feels like electricityscape
‘Cause the sun is in aquarious
The Sky ain’t got no shape

It’s like beating light speed
Once again
What’s supposed to happen
In my brain?

Gimme rage
Make me lion in my cage
Put your selfishness in your ass
I’m not stressed

Got a choice
Like a small rock on your way
And i didn’t make mistakes
But i’ll pay

Smell the light
Feels like electricityscape
‘Cause the sun is in aquarious
The  sky ain’t got no shape

It’s like beating light speed
In my brain
What’s supposed to happen
Once again?

500 days of winter

     O tempo está se arrastando e nunca passa um segundo sequer. Todas aquelas coisas sem sentido brotam de suas tocas e as flores congelam em um inverno fora de hora, esperando o verão. Mas se o tempo congelar por inteiro também, será que agosto vai passar e dar lugar á primavera dos meus olhos?
     Afinal de contas, não faz nem uma semana que era domingo e anos inteiros se passaram desde então. Será que você pode me ouvir? Me ouvir gritando? Para onde foi aquele sentimento de que se eu cantasse alto o bastante você cantaria de volta pra mim? Me responda, você cantaria? Você está cantando?
     Porque, alem do bater do seu coração e do calor dos seus olhos, agora longe demais, só sua voz poderia derreter o gelo que cobre os ponteiros das horas. E a culpa nem mesmo é minha. Mas enquanto você não cantar, o tempo continuará amortecido, o verão continuará dormindo e eu continuarei esperando. In your honor.

Sintomas de Hifas


“Shitaki” dizia o pacotinho. Terence rasgou com os dentes e espalhou o pozinho em cima do macarrão instantâneo. Provou. Não era como comer cogumelo de verdade, mas era bom. Muito bom, aliás. Deu outra garfada.Todos na família tinham aquela estranha alergia a cogumelos. A mãe sempre lhe disse para não contar pra ninguém, afinal, que sintomas esquisitos! Pelo que se lembrava, as pontas dos dedos brilhavam, os olhos lacrimejavam e o peito se enchia de alguma coisa inexplicável. Parecia querer sufocá-la.
Mas ela nunca comia shitaki, nem champignon nem funghi. Não podia. A mãe lhe contara histórias suficientes para convencer-lhe de que não valia á pena. Terminou. Raspou o molho o máximo que pode raspar com um garfo em mãos. Levou o prato até a pia com um suspiro.A verdade é que Terence amava cogumelos. Aqueles pozinhos artificiais serviam apenas para saciar a gritante necessidade da garota por esses pequenos seres misteriosos. Encantavam-lhe seu sabor, suas cores, suas pintinhas... Tudo.
Embaixo da cama, Terence tinha escondida uma caixinha furada e cheia de terra, com uma pequena coleção mitológica particular que ela cuidava com todo o carinho. Tocando só com luvas, é claro, ela os estudava, manipulava e pesquisava para descobrir a fonte de sua alergia ou mesmo qualquer registro do seu caso específico. Mas em vão; nenhum nome, nada.Algo soava estranho, mas no fim das contas ela se conformava em ter sua hortinha secreta.
Naquela noite ela escovou os dentes e, antes de dormir, deu uma olhada em seus “bebezinhos”. O champignon, Mike, estava com uma cara estranha, como se estivesse embranquecendo mais ainda. Sim, ela dava nomes aos cogumelo e, sim de novo, para ela eles tinham uma “cara”. Mas ela atribuiu a impressão ao sono e enfiou-se debaixo das cobertas. Dormiu imediatamente.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Wales and Wishes

O que eu quero. Por que ninguém me pergunta o que EU quero?
Eu quero morrer. Quero parar de sentir essa ferroada metálica toda vez que eu respiro. Eu quero tirar essas toneladas de orgulho do meu peito  e tirar o embolorado de coisas por dizer da minha garganta. Eu queria dormir pra sempre e não pensar nunca mais.
Eu queria rasgar todos os papéis do mundo, eu queria que você não tivesse me dito o que me disse agora de tarde e, acima de tudo, eu queria não ser uma boa memória.
Melhor! Eu queria que VOCE não quisesse que eu fosse só uma memória. Memórias me deixam enjoada. Eu queria tudo e nada, pendendo pro não sei no mesmo segundo. Porque tudo agora é pura inércia, mas podia não ser.Porque meu orgulho pode até ser um tigre, mas seria só pó se.......................... Se as pessoas me perguntassem o que eu quero.
Porque, de verdade, o que eu quero mesmo? Eu quero que você me diga que me ama e que não vive sem mim. Eu quero flores, uma carta de amor, um desenho, QUALQUER COISA! Eu quero que você lute por mim, chore por mim, venha atrás de mim. Eu quero que você não me deixe desvencilhar a mão. Eu quero que você me diga mais uma vez: BUILD ME UP, BUTTERCUP.
E só.
É simples, bom e eficiente.
Eu quero que você leia isso.
Eu quero que você entenda e entenda que não importa.
Porque eu realmente, REALMENTE. Não sou nem quero ser uma boa memória.

Simplesmente não levo jeito pra coisa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cumulus Nimbus


O ar lá fora está com um cheiro melancólico. Tempestade vindo por aí. Meu coração me diz que esta calmaria sufocante está para irromper em trovoadas e ventanias. E, pouco a pouco, as nuvens vão se  acumulando em volta da minha cabeça em um redemoinho lento e gradual.
Tempestade vindo por aí. O ritmo das minhas artérias não se deixa enganar pelo sol-de-tolo que desponta bem na frente da fuça. Não, meu pulso acelera a qualquer ruído porque pode vê-las, negras e cinzentas, amontoando-se em algum ponto cego do horizonte.
Sempre ouvi meu pai dizer que quando está abafado demais é porque vai chover. Ele nunca errou, mesmo sem ter nenhuma prova pra mostrar. Por isso...
Tempestade vindo por aí. O tempo bom pode enganar as alminhas felizes que trafegam na superfície, mas não esta. Não estes olhos melancólicos que sentem a treta antes mesmo do abrir das pálpebras.
Eu digo, repito e afirmo:

“Tempestade vindo por aí.”

Elefante?

O que foi que eu vi esta manhã? Por um momento, ou talvez mais que isso, eu voltei àqueles  primeiros meses. Seria só um efeito da luz? Não, a luz não conseguiria fazer a seda cor de trigo voltar a ondular com o vento sobre seu rosto. Que será que arrancou aquele ar francês artificial que se forçava no seu jeito de ser desde que...?
Será que as teorias conspiratórias realmente faziam sentido e sua alma estava sendo sugada pouco a pouco pela sombra que lhe seguia? POR QUE NAO? Afinal, depois da solidão seus olhos opacos voltaram a brilhar e a antiga aura mágica voltou, aos poucos, a te rodear.
Se tudo isso for alucinação, então eu sou mesmo doida.