segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Do you wanna dance?"


Aquela musica ficava rebobinando na minha cabeça. “ I still press your letters to my lips.” Meu peito se comprimia e era como um pesadelo horrível. Eu voltava ao desespero daquele dia fatídico quando você me apertou entre seus braços antes de tirar meu chão e me jogar num poço sem fundo e sem saída. As imagns passavam borradas e a musica nítida tampava a da lembrança.
“So if you love me let me go.” O refrão se aproximava e eu era mergulhada no oceano negro das coisas posteriores. Os braços que me seguraram para que eu não caísse e suportaram minhas unhas e dentes raivosos para me afastar de você,  pra não deixar que eu me matasse e te levasse junto. Ah, refrão maldito que me lembrava todas as promessas quebradas e as lágrimas que desciam queimando.
Mas nada se punha pra fora. Tudo era barrotado dentro de mim e a musica repetia mais e mais. Eu abria os olhos e estava na minha sala, fechava os olhos e estava no inferno. Agarrei-me em outra musica: uma que me lembrasse seu cheiro e todas as coisas mágicas que você me traz. “ I keep on playing our favourite song, I turn it up while you’re gone. It’s all i’ve got when you’re in my head”.
Eu agora pensava em nós subindo as escadas em meio à multidão.  Uns cnco minutos antes de o mundo cair, mas ainda abençoada pela felicidade da ignorância. Lembro do sentimento de estar ali e a alegria descabida de te pertencer e de te ter só pra mim. Bem, era o que eu achava, né?
Então o sino batia  e eu corria para os corredores em meio ao turbilhão de pessoas que buscavam ar fresco. Entrava em uma caixa de ferro ambulante que me levaria para casa e a paisagem começava a passar do lado de fora. Outra música me invadia enquanto o vento despenteava meus cabelos e pensamentos. Ficava até a minha sombria hora de dormir.
Eu lmbrava do nosso mundo atemporal dentro do seu quarto. Bastava fechar a porta para que fossemos arrancados da realidade escrota. “The night is here, the Day is gone and the world spins madly on”. Como eu queria sua porta para me tirar daquelas horas. Mas vinha o sono e me carregava pra algum lugar feliz e colorido.
Era por pouco tempo: logo o despertador berrava e me puxava de volta à vida. “ I woke up and wished that I was dead”. Me arrastava pra fora da cama e em um instante estava no coredor. Rostos enfeitados com o sorrisos mais lindos me saudavam e tornavam aquele um dos dias bons. Cantavam “Tonight, Tonight” do fundo de suas pupilas.
E então eu também sorria.

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