sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cumulus Nimbus


O ar lá fora está com um cheiro melancólico. Tempestade vindo por aí. Meu coração me diz que esta calmaria sufocante está para irromper em trovoadas e ventanias. E, pouco a pouco, as nuvens vão se  acumulando em volta da minha cabeça em um redemoinho lento e gradual.
Tempestade vindo por aí. O ritmo das minhas artérias não se deixa enganar pelo sol-de-tolo que desponta bem na frente da fuça. Não, meu pulso acelera a qualquer ruído porque pode vê-las, negras e cinzentas, amontoando-se em algum ponto cego do horizonte.
Sempre ouvi meu pai dizer que quando está abafado demais é porque vai chover. Ele nunca errou, mesmo sem ter nenhuma prova pra mostrar. Por isso...
Tempestade vindo por aí. O tempo bom pode enganar as alminhas felizes que trafegam na superfície, mas não esta. Não estes olhos melancólicos que sentem a treta antes mesmo do abrir das pálpebras.
Eu digo, repito e afirmo:

“Tempestade vindo por aí.”

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