quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cólicas


Que dia! Eu chegaria ai totalmente irritada e cansada, jogaria minhas coisas na mesa do quarto e me largaria na cadeira mais próxima. Você olharia pra mim da porta e viria até mim, com sua melhor cara de “poxa, que saco…”. Mas se apoiaria nos braços da cadeira e me daria um beijo. Iria me carregar nas costas até a cozinha e me encheria de leite condensado e bolo ou sei-lá-o-quê.
Saberia que eu estava num dia daqueles e ligaria o ar-condicionado, me cobriria com a colcha e apagaria a luz. Colocaria aquele filme incrível no computador e viraria o monitor pra cama, deitando do meu lado e me abraçando. Eu me revezaria entre olhar para a tela e receber aqueles beijinhos que são o melhor calmante conhecido na medicina. Eu fecharia os olhos e agradeceria simplesmente por ter você grudado em mim e por sua respira cão se confundindo com a minha.
Acontece que nós dois sabemos que não é assim: esse foi um dos piores dias de que eu consigo me lembrar. Todas as pequenas e grandes coisas deram errado. Quando cheguei em casa não havia nada alem de meu velho amigo gato para me dar boas-vindas. Fervi macarrão instantâneo e uma bolsa de água para controlar respectivamente a fome e a dor lancinante que sinto dentro de mim.
Nada de ar-condicionado, nada de leite condensado, nada. E isso não é o pior e você sabe do que eu estou falando. Sabe que não importa se meu biquíni é vermelho ou laranja desde que você esteja na piscina comigo.

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