Dias que ainda estão or chegar escorrem pelas minhas mãos, sem controle. Eu olho para o mundo lá fora e me pergunto por que tudo parecetão difícil. Cada vez mais a idéia de autoinduzir uma síndrome de Lock In invade a minha mente.
Então eu fugí para as montanhas antes que elas queimassem e minha pele se enrugou como a da minha velha alma. Mas não me importei. Eu achei ue poderia trancar a porta que levava ao mundo e hibernar até o fim dos tempos.
Mas as coisas estavam diferentes. Eu via todos aqueles rosos ao fechar os olhos e ouvia suas adoradas vozes chamarem pelo meu nome. E seus adorados sorrisos brilhando no escuro daquele crepúsculo boreal, enfurnado num quarto de inverno.
Me enterrei nos lenois afim de me proteger daquela sombra duvidosa que visitou o quarto de madrugada. Minha garganta griou de sede e eu me ví sufocada e paralisada por todas aquelas mechas negras, morenas, alouradas e atéas ruivas. Até as chamas me faziam falta.
Já havia se passado o momento de respirar. Já se esgotara o tempo de retiro e a necessidade vinha desesperadora dessa vez. Parecia-me que a cada segundo que eu passava deitada era maisum quilômetro de distanciação daquilo que me é tão impotante e vital.
Também era chegada a hora de retomar os fatos e lavar a roupa suja com meu anjo caído. Afinal, essa dor toda era mais forte que o calor. Era e é saudade de meus tão caros amigos.
Como as notas de uma melodia que no início não fazem sentido, mas depois começam a soar familiares.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Valeu, titio Osama
Hoje eu planejava cometer um ataque terrorista durante um vôo internacional.
Origem:Alemanha.
Destino:Brasil.
Duração:Por volta de doze horas.
Porém, veja você, meu plano foi frustrado quando, durante o procedimento de alfândega, meu canivete foi identificado por uma máquina de raio-x e depositado nos achados e perdidos até um resgate apropriado seja disponibilizado.
Como tal ocorrência só seria possível dentro de 360 dias, tomei qa decisão de providenciar um novo canivete e deixar por conta do acaso o desino do antigo.
Fico imaginando as diferentes ficguras que poderiam vir a tomar posse desse meu velho companheiro de guerra. Passo a juntar minhas economias afim de conseguir um novo.E, acima de tudo, começo logo a bolar mu próximo plano terrorista, protagonizado por u perigosíssimo canivete uma terrível garota de gênio maligno e intenções óbviamente maquiavélicas.
O mundo devia tremer.
Origem:Alemanha.
Destino:Brasil.
Duração:Por volta de doze horas.
Porém, veja você, meu plano foi frustrado quando, durante o procedimento de alfândega, meu canivete foi identificado por uma máquina de raio-x e depositado nos achados e perdidos até um resgate apropriado seja disponibilizado.
Como tal ocorrência só seria possível dentro de 360 dias, tomei qa decisão de providenciar um novo canivete e deixar por conta do acaso o desino do antigo.
Fico imaginando as diferentes ficguras que poderiam vir a tomar posse desse meu velho companheiro de guerra. Passo a juntar minhas economias afim de conseguir um novo.E, acima de tudo, começo logo a bolar mu próximo plano terrorista, protagonizado por u perigosíssimo canivete uma terrível garota de gênio maligno e intenções óbviamente maquiavélicas.
O mundo devia tremer.
Birra
É meio que burrice. Se você pensar de uma certa forma é só desperdício de água. Afinal, de que adianta? Ah, de muita coisa!!! Não deixa de ser babogem, mas abrir a torneira no máximo e deixar a água explodir pelos tubos é um jeito de fazer a raiva se esvair pelo ralo.
Às vezes nem isso. É só um descontrole de raiva, uma ira extravasada. Só m jeito de explodir quando não se pode dizer um pio.
É a forma econtrada de gritar com a voz da água furiosa que jorra pela torneira. Melhor ra fora do que pra dentro. Senão, você implode. E ai fudeu.
Às vezes nem isso. É só um descontrole de raiva, uma ira extravasada. Só m jeito de explodir quando não se pode dizer um pio.
É a forma econtrada de gritar com a voz da água furiosa que jorra pela torneira. Melhor ra fora do que pra dentro. Senão, você implode. E ai fudeu.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Olhe por outro lado
Olhe por outro lado. Cruze a ponte até a feira. Compre uma maçã caramelada e de três pulinhos enquanto solta gritinhos. Porque você pode comer aquilo, sem se preocupar com os dentes ou com o valor calórico. Fique passeando por entre as lojas, pelo simples prazer de poder estar ao lado de pessoas sem precisar de fato lidar com elas ou entende-las . Volte pela ponte e, sem hesitar, pule no laguinho. De roupa e tudo. Grite bem alto. Diga UHU! Como quando você tinha dez anos e via filmes de luta onde todos faziam muito barulho.
Volte pra floresta. Corra entre as árvores, fingindo que é mais veloz que todo o mundo. Deixe os espinhos cravarem nos seus pés e nem ligue. Veja fadas. Siga-as até suas casas e tome chá com elas. Fale com as bruxas e bole planos malignos com elas. Envenene aquela princesa besta das histórias fuleiras dos livros de cinco reais. Ponha um pouco de verdade na sopa dela. Sorria ao vê-la morrer lentamente.
Pule corda com os filhos dos lenhadores. Aceite ir lanchar na casa deles. Vá pra ponte de novo. Pare na metade. Suba no parapeito e fique andando de um lado ao outro lá e cima. Cante uma canção junto com o ceguinho da vitrola. Faça as pedras quicarem no rio mais de três vezes. Sente no banco da praça com um sanduíche de queijo e fique lá comendo e olhando as pessoas passarem, imaginando os problemas na cabeça delas.
Vista o casaco quando ficar frio. Pule numa poça só pra molhar os sapatos da perua que passou com um poodle na bolsa. Saia correndo quando ela brigar com você. Compre um peixinho dourado na loja de animais e jogue ele no rio. Mesmo sabendo que ele vai morrer sem saber procurar comida sozinho. Só pra ele sentir a textura de um rio de verdade nas escamas. Só pra ele não passar o resto da vida em um aquário de água artificial. Só para ele viver de verdade, mesmo que viva menos. Porque, olhando por esse lado, soa muito melhor.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
The Rest
Not a soul would miss me, no
If I could die today
Painless, shameless tired of rests
Just close my eyes and feel the wind
Leave the world the way it’s been
If I could do something
But I can’t help it anyhow
IF i could do something, but
I’m numb and dumb and all that shit
Untie my hands and touch the Sky
Stop the drugs and still feel high
But do you think we could close our eyes
And sleep for the resto of our lifes?
Just wash it out, let the time blow it away
But i’m not feeling any younger everyday
Hey, Oh!
Eu sinto falta daquele cheiro. Daquela sensação de que tudo está onde deveria. Ver que nada excede nem falta. O vento gelado batendo no rosto, a comida estranha e todo aquele branco que se deixa pra trás.
Sinto falta do suco de laranja quente, da floreta em volta da casa e da maneira com que toda a minha vida neste lugar escaldante simplesmente desapareceu. Nada mais importava além de ficar lá no meio de todo aquele nada.

Ignorava os gritos que chamavam meu nome para me esquentar, entrar em casa. Eu estava de jeans e All-Star, correndo na neve, sem sentir frio. Querendo estar lá para sempre e me afundar no gelo até o resto dos meus dias.
Eu era o corvo negro na imensidão branca. A falha na matrix. Era o pedaço perdido do grande quebra-cabeças.
Last Christmas
Last Christmas
I was far away
Playing with the snow
Above my feet
Never forgot
Thoes lights around us
Making me laugh of
What you did
Oh, last christmas we were high
Up on the stars
Oh, last chrismas I Just wanted
To go with you
Last christmas we Just wanted all the truth
Last sunday
We were close again
Watching movies
Sitting on your couch
Come back here
I Will mess your hair
Andy ou will say thoes
Things you used to say
Oh, last sunday we were high
Up on the stars
Oh, last sunday i Just couldn’t
Believe in you
Last sunday I Just wanted it to be true
Nove Horas
AURORA inquietou-se. Ergueu o dedo na direção da lua, piscou um olho de cada vez e viu que eles estavam 2 minutos atrasados. “Será que não percebem que só temos uns poucos minutos por semana?” – enfureceu-se. Cada segundo custava a chegar e os minutos-mortos-da-meia-noite não iriam durar muito mais. Ás vezes, com o poder dos três, conseguiam prolongar por meia hora. Mas eles nunca chegavam a tempo e ela tinha de fazer a magia sozinha.
Um vulto se aproximou e cumprimentou-a com uma língua prateada: era MEIO-DIA. Como sempre, alto, alvo e resplandecente. Ela segurou as vestes brancas e fez uma reverência . “AURORA de SEGUNDA-FEIRA dá as honras a MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA.” Ele repetiu a reverência com a mão cruzada sobre o ombro esquerdo e saudou-a. “ MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA dá as honras a AURORA de SEGUNDA-FEIRA.”
“Onde está CREPÚSCULO?” indagou ela.
“Já ia lhe perguntar a mesma coisa. Por que ele ainda não está aqui? – retrucou.
AURORA soltou um resmungo. “E por acaso algum de vocês chega em tempo? Como sempre, tive de enfeitiçar a lua sozinha.”
“Eu tive..Hmmm... Uns contratempos com SEGUNDA-FEIRA.” – desculpou-se MEIO-DIA. – “Quer dizer então que só temos 10 minutos hoje?”
“Na verdade, oito. Você está 2 minutos atrasado.” – lembrou ela.
Ambos cruzaram as mãos atrás das costas e olharam para os próprios pés. AURORA evitava olhar nos olhos dele por saber que o que encontraria: a mesma vergonha que habitava os seus próprios.”Ele não vai aparecer hoje, não é mesmo?” – indagou ela, quebrando o silêncio constrangedor.
“Creio que não. Ele tinha ido procurar CHÁ DAS NOVE para que ela o ajudasse com os ferimentos .” – respondeu MEIO-DIA, ainda cabisbaixo. “Não disse se viria, mas acho meio óbvio que não. É natural que ele não queira nos ver face-a-face por algum tempo.”
“Perdoem-me o atraso,” – disse a língua negra de CREPÚSCULO. Fez-se silêncio. AURORA e MEIO-DIA olharam perplexos para as duas formas que se aproximavam. “CREPÚSCULO e NOVE HORAS de SEGUNDA-FEIRA dão as honras a AURORA e MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA.
Um vulto se aproximou e cumprimentou-a com uma língua prateada: era MEIO-DIA. Como sempre, alto, alvo e resplandecente. Ela segurou as vestes brancas e fez uma reverência . “AURORA de SEGUNDA-FEIRA dá as honras a MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA.” Ele repetiu a reverência com a mão cruzada sobre o ombro esquerdo e saudou-a. “ MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA dá as honras a AURORA de SEGUNDA-FEIRA.”
“Onde está CREPÚSCULO?” indagou ela.
“Já ia lhe perguntar a mesma coisa. Por que ele ainda não está aqui? – retrucou.
AURORA soltou um resmungo. “E por acaso algum de vocês chega em tempo? Como sempre, tive de enfeitiçar a lua sozinha.”
“Eu tive..Hmmm... Uns contratempos com SEGUNDA-FEIRA.” – desculpou-se MEIO-DIA. – “Quer dizer então que só temos 10 minutos hoje?”
“Na verdade, oito. Você está 2 minutos atrasado.” – lembrou ela.
Ambos cruzaram as mãos atrás das costas e olharam para os próprios pés. AURORA evitava olhar nos olhos dele por saber que o que encontraria: a mesma vergonha que habitava os seus próprios.”Ele não vai aparecer hoje, não é mesmo?” – indagou ela, quebrando o silêncio constrangedor.
“Creio que não. Ele tinha ido procurar CHÁ DAS NOVE para que ela o ajudasse com os ferimentos .” – respondeu MEIO-DIA, ainda cabisbaixo. “Não disse se viria, mas acho meio óbvio que não. É natural que ele não queira nos ver face-a-face por algum tempo.”
“Perdoem-me o atraso,” – disse a língua negra de CREPÚSCULO. Fez-se silêncio. AURORA e MEIO-DIA olharam perplexos para as duas formas que se aproximavam. “CREPÚSCULO e NOVE HORAS de SEGUNDA-FEIRA dão as honras a AURORA e MEIO-DIA de SEGUNDA-FEIRA.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Hey, Sunny Head
Hey, Sunny Head
The sky ain’t bright tonight
Sounds too soon to say goodbye
I was in rage
About the things that you said
Now it feels so far away
I heard that song you gave me
And almost crecked inside
I saw the shirt I want
With little miss sunshine
I still want you, I still hate you
I keep wanting you to stay
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an asshole, anyway
Hey, Sunny Head
Make me laugh once again
But I don’t wanna be your friend
Can’t Understand
Why I’m still so afraid
And why your dark eyes look so Gray
But I wanted you to kiss me
I love my name the way you say
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an idiot, anyway
Hey, Sunny Head
The sky ain’t bright tonight
Sounds too soon to say goodbye
I was in rage
About the things that you said
Now it feels so far away
I heard that song you gave me
And almost crecked inside
I saw the shirt I want
With little miss sunshine
I still want you, I still hate you
I keep wanting you to stay
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an asshole, anyway
The sky ain’t bright tonight
Sounds too soon to say goodbye
I was in rage
About the things that you said
Now it feels so far away
I heard that song you gave me
And almost crecked inside
I saw the shirt I want
With little miss sunshine
I still want you, I still hate you
I keep wanting you to stay
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an asshole, anyway
Hey, Sunny Head
Make me laugh once again
But I don’t wanna be your friend
Can’t Understand
Why I’m still so afraid
And why your dark eyes look so Gray
But I wanted you to kiss me
I love my name the way you say
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an idiot, anyway
Hey, Sunny Head
The sky ain’t bright tonight
Sounds too soon to say goodbye
I was in rage
About the things that you said
Now it feels so far away
I heard that song you gave me
And almost crecked inside
I saw the shirt I want
With little miss sunshine
I still want you, I still hate you
I keep wanting you to stay
Peanut cream and strawberry dreams
You’re an asshole, anyway
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Buttercup
(build me up)
Desculpe, baby. Não sei quantas vezes eu vou ter que repetir essa palavra para me sentir bem. Desculpas, desculpas, desculpas, desculpas. É só que a tranqüilidade não vem. Preciso te abraçar de novo. Podia passar o dia inteiro entre seus braços, só respirando.
Queria que você entendesse o que eu te falei, queria te querer de corpo e alma, como antes quis. Mas daquilo tudo, só o que nos segurava era o afeto e essa minha necessidade imensa de te ter por perto. Eu não queria perder nenhum dos dois.
Não queria que a gente se desgastasse porque nem consigo pensar na idéia de nunca mais ficar junto de você. Eu estou esperando voltar aquele sentimento adormecido enquanto sigo minha vida. Por algum motivo estúpido eu esperava que você pudesse fazer o mesmo.
Nesse momento eu me vejo batendo a cabeça na parede e perguntando a um deus em quem eu não acredito, por que não deu certo? O que pode ter dado errado se você me faz rir, chorar e abraçar os desenhos que me fez?
Se eu tivesse a resposta, tudo seria mais fácil e, acredite, eu não nos teria feito passar tanto sofrimento. Mas eu sou burra. BURRA e ESTÚPIDA. De que me adianta saber as leis da física e entender a química se não posso entender as pessoas?
Elas não são cubos mágicos que eu possa resolver com minhas mãos e meu cérebro. Não existe fórmula pra te fazer sorrir e nada me dói tanto quanto isso no momento. Também não tem jeito de me fazer dormir nem te tirar da cabeça e só me resta ficar deitada de olhos fechados, ouvindo as horas passarem.
E as horas passam. E a vida segue em frente. Tanto a minha quanto a sua, uma por mar e outra por terra. E isso dói.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Peter Pan
Você? Não passa de uma memória. Morangos e chocolate, promessas vazias e um pijama roxo que já está criando poeira no armário. Você, e os raios de sol que nasciam da sua cabeça e eu tentava pentear, só pra abusar e chamar a atenção. Você. O reflexo de um menino que não cresce, luta com piratas e dança valsa comigo entre as fadas da nossa Terra do Nunca. Você e sua camiseta mil vezes amaldiçoada, cobrindo o corpo de outra que não eu.
Sua culpa por toda a quantidade de álcool que eu consumo e a minha culpa pelos óculos perdidos para sempre, por coincidência, no mesmo lugar onde tudo começou. Você e a época dos três desejos, de Something, do “Por que não?”. Nós e todo o período em que nos foi permitido usar esse pronome. Tudo cortado fora por uma máquina zero ou uma tesoura e escondido debaixo de um boné.
Eu assisti calada as madeixas douradas caírem no chão. Sabia que eram os restos mortais do menino que partiu da Terra do Nunca em direção à Terra do Nada, me deixando sozinha com meus morangos, meus chocolates e minhas fadas. Guardando comigo aquele último dedal que fiquei de te dar.
Brain Damage
Ela largou o lápis na escrivaninha, cruzou as mãos atrás da cabeça e encostou o corpo na cadeira. Não adiantava quantos parágrafos escrevesse, a sensação não ia embora.Já havia dado a Molly seu final feliz: o cara sexy e bronzeado, a promoção no trabalho e duas amigas loiras e animadas. A fórmula do sucesso de todos os seus livros.
É claro que dava certo, as leitoras aqueciam o coração com a história melosa. Não era isso que todas queriam? Um final feliz esperando no fim do túnel? As histórias sempre acalentaram a própria Marian, mas não nos últimos tempos. Esse tinha sido um livro difícil de escrever.
Toda vez que algo dava errado com a personagem suas entranhas resmungavam e ela se via obrigada a resolver o problema da heroína. A coisa chegou a tal ponto que, lendo o que já estava escrito, Marian encontrou o romance mais água com açúcar de todos os tempos. Nem assim as coisas dentro dela se acalmaram. Restaram-lhe só umas poucas páginas para tentar melhorar ainda mais a vida da Molly, mas era matematicamente impossível alguém ter um destino tão perfeito.
Ela levantou da cadeira e foi fazer um chocolate quente, buscando calar, ao menos, as reclamações do estômago. Não adiantava mais escrever histórias bonitinhas para fugir da própria vida. Pela primeira vez o seu método de satisfação pessoal não estava dando certo.
Viver a vida de suas personagens? Melhor coisa do mundo. Um pouco de aventura, problemas bobos no trabalho, “o cara” e os amigos que ela não tinha mais. Mas de que adiantava agora que sua mente não se deixava mais enganar pela história?
Havia chegado a hora e Marian sabia. Bebeu o resto do chocolate de um gole só, sentou-se em frente ao laptop e fez o que tinha que fazer. Assim que terminou, desligou o computador e tomou 13 comprimidos para dormir. Molly agora era viúva, desempregada e cega e Marian sabia que o dia seguinte seria difícil. Queria estar dormindo quando seu cérebro finalmente percebesse o rastro negro que ela deixara nas páginas brancas do livro.
sábado, 16 de outubro de 2010
Margaridas 5
E as coisas terminam como começaram, já que ele estava acordado às 2h da manhã, fitando o teto. Seu quarto ainda era uma escuridão de contornos indefinidos que o engoliam e sufocavam. Era silencioso e perturbador. Sua mente, em contraste, estava repleta de pensamentos que vinham em turbilhões, afastando o sono. A maioria era sobre ela. Na verdade, tudo sempre girava em torno disso.
Amor nem sempre bastava e a vida ainda era indecifrável para seus olhos desacostumados de luz.
Amor nem sempre bastava e a vida ainda era indecifrável para seus olhos desacostumados de luz.
Margaridas 4
Era a vigésima vez que ele se perguntava por que merdas tinha ido àquela maldita festa. Tudo era uma repulsa: a música alta de baixa qualidade, o cheiro de cigarros, as pessoas vazias e a bebida ruim. Sam gostava de festas, claro, mas não do tipo "galerinha popular". Ele estava acostumado com as bebedeiras dos amigos, ouvindo solos de guitarra e jogando Mortal Combat até amanhecer. Era quando se sentia confortavel e as coisas faziam sentido.
Mas Elise estava lá e Sam precisava ter certeza. Sempre que estavam sozinhos ela dizia que sim, amava ele. Era carinhosa e verdadeira. Só que, fora de quatro paredes e longe de lençóis coloridos, "eles" quase não existia. O negócio era que Elise fazia parte da "galerinha popular". Ele era um Nerd atrapalhado. Ficar com ela tinha contrariado todos os filminhos bobos de colegial, mas, ainda assim, ela não reagia muito bem na presença dos amigos.
Isso doía mais do que qualquer fora que ele pudesse levar. Sam tinha se cansado desse teatro e, apesar da cara sem graça que ela tinha feito, aceitou o convite de ir pra festa do terceiro ano. Acabou se arrependendo assim que pôs os pés lá.
Foi se esgueirando entre as pessoas desconhecidas e desviando dos bêbados que cambaleavam por aí. Sempre que encontrava algum amigo dela perguntava e lhe diziam pra procurar "lá em cima". Ele subiu as escadas e foi procurando nos cômodos apinhados de gente. Encontrou Elise conversando com a galera da sala. Acenou de leve e ganhou outro sorriso sem-graça como resposta. Deu um oi pra todo mundo e passou o braço pela cintura dela.
A garota murmurou um "olá" e pediu licença pra pegar uma cerveja. Se desvencilhou do abraço de Sam e saiu do cômodo, descendo as escadas. Os braços dele penderam de maneira idiota e pararam ao lado do corpo magro. Ele se virou pro meio da rodinha, pediu outra licença e foi atrás dela: era a prova que ele temia e precisava. Parou-a no meio da escada e lhe conduziu pela mão até uma varanda nos fundos. Fechiou a porta e virou as costas para Elise, se apoiando na mureta. Fechou os olhos e organizou os pensamentos, ignorando os questionamentos dela, por medo de explodir.
Voltou os olhos pra ela e encarou. Fez a pergunta. Foi a vez dela de baixar os olhos e responder mais uma vez que sim. Sim, amava ele. E por que não assumia de vez? Porque tinha vergonha? Sim. E desde quando isso era compatível com amor? Elise não sabia responder. Disse que, se ele quisesse terminar, entenderia. Sam pôs-se louco. Colocou as mãos na cabeça e falou todas as coisas que lhe vinham na mente. Sim, ele achava melhor terminar o que, aliás, nem tinha começado direito.
Afinal, além de seu servo eterno, Sam também era um homem. Um garoto, na verdade. Mas humilhação tinha limite. Ambos em prantos, ele saiu andando pelo salão em direção à porta e foi embora. Era demais para uma noite só.
Mas Elise estava lá e Sam precisava ter certeza. Sempre que estavam sozinhos ela dizia que sim, amava ele. Era carinhosa e verdadeira. Só que, fora de quatro paredes e longe de lençóis coloridos, "eles" quase não existia. O negócio era que Elise fazia parte da "galerinha popular". Ele era um Nerd atrapalhado. Ficar com ela tinha contrariado todos os filminhos bobos de colegial, mas, ainda assim, ela não reagia muito bem na presença dos amigos.
Isso doía mais do que qualquer fora que ele pudesse levar. Sam tinha se cansado desse teatro e, apesar da cara sem graça que ela tinha feito, aceitou o convite de ir pra festa do terceiro ano. Acabou se arrependendo assim que pôs os pés lá.
Foi se esgueirando entre as pessoas desconhecidas e desviando dos bêbados que cambaleavam por aí. Sempre que encontrava algum amigo dela perguntava e lhe diziam pra procurar "lá em cima". Ele subiu as escadas e foi procurando nos cômodos apinhados de gente. Encontrou Elise conversando com a galera da sala. Acenou de leve e ganhou outro sorriso sem-graça como resposta. Deu um oi pra todo mundo e passou o braço pela cintura dela.
A garota murmurou um "olá" e pediu licença pra pegar uma cerveja. Se desvencilhou do abraço de Sam e saiu do cômodo, descendo as escadas. Os braços dele penderam de maneira idiota e pararam ao lado do corpo magro. Ele se virou pro meio da rodinha, pediu outra licença e foi atrás dela: era a prova que ele temia e precisava. Parou-a no meio da escada e lhe conduziu pela mão até uma varanda nos fundos. Fechiou a porta e virou as costas para Elise, se apoiando na mureta. Fechou os olhos e organizou os pensamentos, ignorando os questionamentos dela, por medo de explodir.
Voltou os olhos pra ela e encarou. Fez a pergunta. Foi a vez dela de baixar os olhos e responder mais uma vez que sim. Sim, amava ele. E por que não assumia de vez? Porque tinha vergonha? Sim. E desde quando isso era compatível com amor? Elise não sabia responder. Disse que, se ele quisesse terminar, entenderia. Sam pôs-se louco. Colocou as mãos na cabeça e falou todas as coisas que lhe vinham na mente. Sim, ele achava melhor terminar o que, aliás, nem tinha começado direito.
Afinal, além de seu servo eterno, Sam também era um homem. Um garoto, na verdade. Mas humilhação tinha limite. Ambos em prantos, ele saiu andando pelo salão em direção à porta e foi embora. Era demais para uma noite só.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Lies make baby Jesus cry
Let me think
‘Cause I want
To be sure
‘Cause I want
To be sure
Don’t be shy
Show me now
What you’ve learned
Show me now
What you’ve learned
Life’s like this
Look at you
It ain’t fair
Look at you
It ain’t fair
It’s my course
Let me try
Not to care
Let me try
Not to care
Let me sleep or let me shine
Yes, her eyes are fuckin’ bright
But I’m not a little child
And lies make baby Jesus cry
Yes, her eyes are fuckin’ bright
But I’m not a little child
And lies make baby Jesus cry
Is this it?
I was just
Not enough?
I was just
Not enough?
Our mistakes
I’m too proud
You’re too rough
I’m too proud
You’re too rough
Let it go
Follow up
Give it back
Follow up
Give it back
All your words
Making mess
In my head
Making mess
In my head
You were too drunk, you were too high
I know all your excuses, doesn’t really mind
Look over your shoulders, let’s see what you find
‘Cause lies make baby Jesus cry
I know all your excuses, doesn’t really mind
Look over your shoulders, let’s see what you find
‘Cause lies make baby Jesus cry
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
N°12
May acordou com gritos. Olhou no reloginho de parede e descobriu serem 5 da manhã. Ainda estava escuro, mas já se ouviam os barulhos da fábrica de tinta da esquina. Ela se apoiou na cabeceira da cama e levantou o corpo miúdo se perguntando o que diabos tinha acontecido.
Colocou o casaquinho de lã sobre os ombros delicados e arrastou os pés até a porta. Teve uma briguinha com a maçaneta para abri-la e pôs a cabeça para fora. O corredor estava escuro como sempre, mas uma figura curvada no chão quebrava a harmonia da coisa.
Era Mrs.Polly, soluçando em desespero. Balbuciava coisas incompreensíveis enquanto torcia um papel entre as mãos. May olhou para os lados, mas não viu sinal de algo que pudesse ter feito mal a ela. Puxou o cabelo branco e desgrenhado para trás das orelhas e curvou-se com dificuldade em direção à dona da pensão:
- De... Desculpe, mas o que acon... – Tentou dizer ela, mas sua voz falhou por dois motivos. O primeiro era que ela não falava havia tempos e sua voz estava desacostumada com essa coisa de moldar-se em palavras. O segundo foi que a mulher virou-se para ela e a encarou com o rosto mais lívido e os olhos mais aterrorizados que May já vira:
- Ela foi embora. – Disse Polly, agarrando-a pelos braços. - Eu sinto que foi! Dá pra ler nas entrelinhas que ela não vai voltar.
As feições da moça estavam contorcidas. Ela soltou May e entregou-lhe o papel que tinha nas mãos. A folha estava amarrotada e molhada mas era fácil dizer que fora arrancada de um caderno de escola e a caligrafia infantil denunciava todo o resto.
May olhou-a demoradamente, entendendo aos poucos o que estava acontecendo. Devolveu o papel à dona da pensão e foi arrastando os pés de volta para o quarto enquanto digitava no ar. Era um velho tique incontrolável que atacava quando ficava nervosa.
Ela fechou a porta atrás de si e sentou-se no banquinho que ficava à janela. Encostou a cabeça no peitoril e ficou digitando no vazio enquanto murmurava uma canção esquecida dos seus tempos de infância.
Odiava aquela impotência. Não conseguia fazer quase nada sozinha. Resolveu ficar quietinha no canto dela até a hora em que todos acordassem e ficassem a par dos acontecimentos. Aquele seria em dia agitado... Mas por que mesmo? Ela não conseguia se lembrar.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
July's Little Magic
I'm a Scarlett letter
I'm a broken bone
I'm not ticking like a clock
I don't think like everyone
Won't you try to find out?
Won't you try to come here?
Are you really that scared?
I can breathe your fear
So would you come to my neverland?
I'm not a girl you could understand
But do you have any time to spend?
'Cause all my castles are made of sand
She is laughing around
With her body of glass
When you're walking together
Smells like joy and sucess
Smiling nice to a photo
Sparking just like times square
That's too perfect for me
I'm too wrong to be there
I'm a broken bone
I'm not ticking like a clock
I don't think like everyone
Won't you try to find out?
Won't you try to come here?
Are you really that scared?
I can breathe your fear
So would you come to my neverland?
I'm not a girl you could understand
But do you have any time to spend?
'Cause all my castles are made of sand
She is laughing around
With her body of glass
When you're walking together
Smells like joy and sucess
Smiling nice to a photo
Sparking just like times square
That's too perfect for me
I'm too wrong to be there
So would you come to my neverland?
I'm not a girl you could understand
But do you have any time to spend?
'Cause all my castles are made of sand
I'm a Scarlett letter
I'm a broken bone
I'm not ticking like a clock
I don't think like everyone
Won't you try to find out?
Won't you try to come here?
Are you really that scared?
Are you glad to be there?
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