domingo, 20 de junho de 2010

A Química


Eu odeio a química. Não a matéria que se estuda na escola, também não se trata do estudo de porra nenhuma. Estou falando da porcaria que te prende a alguém. Não é amor, tampouco pura atração física. É a reclamação do sangue correndo pelas veias, sem ter a possibilidade de ir mais rápido, é o feromônio que a natureza parece ter composto especificamente para te puxar pra perto.
Mas não é só isso. Trata-se também da forma com que a camiseta branca de algodão lhe cai nos ombros. A sua pele umedecida que só me faz derreter mais ainda, sem ter nada a ver com o calor deste inferno de cidade. É o desespero do meu peito de sentir sua respiração e suas mãos novamente.
É o seu jeito de se mover, é o seu olhar que queima, é o modo como pronuncia quatro ou cinco letras. É a tentativa desajeitada de me tentar e minha falha em resistir à tentação. É o calor que nos acomete de um segundo para o outro, é a eletricidade.
É o que me segura até hoje nesta cadeira e me tira a fibra e a noção do que fazer. É a maldita química que me prende a ele, traz ódio e não me permite esquecer.

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