Quando já não sei o que fazer comigo mesma eu procuro tudo o que não está em mim. Aqui adentro se abre um vazio alucinante e preciso encher, encher, devorar! Devoro comida, imagens, conhecimento, conhecimento... Os olhos latejam e o vazio continua pulsando. Como dói!
O vazio e a solidão irremediável da auto-consciência em meio a toda não-significância da realidade. Quisera dormir. Me reviro na cama. Me toco. Uma, duas, três, quatro, cinco vezes, seis! Já tudo pulsa de insensibilidade por excesso de sentir, de roçar.
Fecho os olhos, conto. Deusa, por que não posso dormir? É minha última opção! Me permita dormir e apagar todas as coisas ásperas do mundo desperto. Piedade! Me deixem dormir. Se não sei o que busco... O que quero... É tudo o que peço. Apaga meu cérebro, descansa meus olhos inchados.
Me deixa dormir. Desculpar as faltas, as falhas, os bolos, tortas, vacilos, comédias, desculpar as desculpas esfarrapadas com o incontestável "Caí. De sono." - "Me quedei. Dormida." - O sono como um trator, aplastando os calombos.
Me deixa dormir.
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