sexta-feira, 22 de abril de 2016

"Para que você continue permitindo que sua alma transborde"

Aqui começa mais um caderno.
Com direito a introdução, com direito a ilustração, com direito a dedicatória e  cheiro de caderno novo.
Começo mais um caderno na esperança de me sentir cada vez menos vazia à medida que encho de palavras azuis as páginas brancas. Esperança esta que acompanha a vontade de comer o mundo e vomitar sentimentos através dessas tantas invenções humanas que me permitem isso. Canetas, tinta, papel, linguagem... Tecnologias que não terminam de servir ao "homem", mas que jamais poderão libertar-(los, nos?) da condição redundantemente humana, mundana, mortal, angustiada.
Escrevo para permitir que minha alma transborde para fora desse corpo em lenta decomposição, que jamais poderá conter toda a essência desses 21 gramas. Fragmentos de peso estes que balanceiam a carga de Atlas e sangram em arte para impedir que a vida nos esmague.
Que este novo caderno seja um brinde à arte, às grandes emoções, aos momentos brutais, inesquecíveis ou simplesmente comuns. Que seja um brinde às eternas lembranças e aos novos começos.

Dedicado a Clara, pelas páginas.
Dedicado a Clarice, pelas palavras.

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