Já metade lá. E ao mesmo tempo em qualquer parte. Talvez pra ter uma melhor ideia do todo (o interior ou o exterior) eu tenha que alejar dos limites (os internos e os externos) e das definições e de toda essa boçal ideia de quemsoueu e toda essa merda de forma identitária que um tenta construir. Como se fosse um molde de metal que vai trabalhando e formando ao longo dos anos e que serve para fazer um belo busto de gesso quando termina-se o tempo e vem o túmulo.
Será que vivemos toda uma vida em função da morte? Gastamos tanto tempo (todo o que nos cabe) tratando de desenhar a cara que há de figurar nossa lápide... E para que? Para ser olvidados depois de 3 gerações ("os grandes gênios" em alguma centenas de anos)?
Um nome num livro que tortura secundaristas explodindo em hormônios. A isso se resumem tantos épicos! Tantas vidas eternamente veladas pela passagem do tempo. Os fatos se tornam turvos, as brumas separam da realidade cada ilha que nasce, cresce, goza e morre. Vários Avalons caídos em eterno desuso. Ai, poupáme! Poupe-me (a quem lhe escrevo, eu?) da alta paja de tratar de ser. ALTA PAJA de me levantar pra ensaiar um dia de como seria o eu do passado do futuro eu brilhante que está naquela cristaleira profética no canto da sala. Brilhando como uma das muitas taças que rompo por desantenção (autismo auto-induzido, oficial segundo mamãe).
Nada mais importante que comer um desayuno calmo, repleto de frutillas cor do sangue que sinto pulsar, repletas de sementes. Romper a constância da noite com um bom dia ao dia, ao dom, a jah. Ao sol de cegar os olhos através de lentes escuras. O sol da manhãzinha, que não é para nada o mesmo que estarei maldizendo em questão de horas.
É primavera até em dia de chuva.
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