Sobre o bem que me faz e sobre tudo o mais... É de uma felicidade tão pura que temo quebrar como vidro transparente ou coração indefeso. Mais que seus olhos, são seus olhares, é o seu toque, é o que eu tenho medo de perder. Com meu veneno escroto, meia palavra basta. Pra bom entendedor, isso seria adeus, mas, e pra você? Não posso ser decifrada por bons entendedores, talvez por ninguém, nunca ao todo.
Amo estar assim, odeio estar assim. Amo você, odeio a mim. Gruda em mim? Pele com pele? Só não me deixa te arranhar! É possível isso? Queria correr, queria ficar. Não vá embora. Vou até a esquina, te juro de morte, respiro três vezes e volto nua pra você. Nua de máscaras, cheia de beijos. Cuidado com as presas! Mas eu mordo tão de leve, tão delicada. Mordo porque gosto do sabor e do cheiro de você. Cuidado com o veneno!
A felicidade se esbarra pelos meus cotovelos como o vaso chinês de uma avó. Delicado, quebrável, cheio de detalhes minuciosos. Resistiu por mil anos e mil são os pedaços que lhe sobram depois do meu toque. Sou acostumada a lidar com tristezas e canecas de plástico, colheres de madeira. O que tenho agora nas mãos é pros ricos, pros dignos. Não sei lidar com taças e risos cristalinos. Oh, drama, oh, vida, oh, tarde caída, oh, puta que pariu meus desconfortos e egoísmos.
Se quer me abraçar, então abra os braços. O primeiro passo é igual para punhaladas e abraço. Mas o brilho dos seus olhos... Não há nada que me cegue mais para a paisagem ao redor. Perigoso isso; atropelamentos, e tal. Quando se abrem, suas pupilas me sugam como buracos negros cor de mel. Furtacor, furta chão, furta realidade e eu mergulho. Aquário e escuro. Se quer me fisgar, puxe a linha, que na ponta outra estão meus lábios: furados de anzol, molhados de sangue, pútridos de veneno, sedentos. Não necessariamente nessa ordem. Furados de veneno, sedentos de sangue, pútridos com o anzol, molhados. Veja de perto: molhados de anzóis, sedentos de veneno, pútridos de sangue, furados.
Eu retiro tudo o que disse, você querendo. E não posso apagar meu pensar, mas posso tentar! Coerência nunca foi fator inerente a texto meu e tampouco é necessário entender na cabeça, com pecinhas de palavras cruzadas, o que digo com meu cheiro, com as imagens por trás das linhas. Para bom entendedor, meia palavra basta. Mas, e pra você?
"Am--"
"Am--"
Nenhum comentário:
Postar um comentário