Ela terminou. Afastou-se dois ou três palmos para admirar sua obra. Era horrenda. Feia como uma abóbora de Halloween e duas vezes mais assustadora. Sentiu uma sensação morna lhe percorrer, junto com o velho e íntimo cheiro de ferrugem. E sal. O melhor de tudo, a grande, grande piada era que ninguém podia negar a arte que havia naquilo. Era um obra de arte de cabo a rabo, aceita por todas as estúpidas definições que estúpidos intelectuais defendiam. Se cada um tem seu vício e sua arte, então ela era artista e viciada e não havia nada para provar o contrário. Apagou as luzes, limpou o pincel prateado e deixou o ateliê com uma doce melodia na cabeça.
"I'm going down to be by myself
I'm going back for the good of my health"
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