O telhado não é só um amontoado de telhas que protege o andar de baixo da chuva. É o "lugar que só a gente conhece": uma caixa de segredos fechada para o mundo de terra e gente, mas aberta para as estrelas e o infinito de cima e de dentro. É cheio de páginas de História e bitucas de cigarro, infestadas de lembranças e emoções que escorrem como cerveja derramada por entre as telhas.
Nada precisa ser bom ou eficiente, mas tudo é maravilhoso e mágico como uma caixa de músicas. É onde estão impressas todas as minhas coisas favoritas. Como uma Nárnia minúscula, decadente e bela, por onde se entra saindo pela janela.
É o lugar de onde eu pulo todas as vezes que suicido, é onde eu quero ficar para sempre. Mas sempre sabemos o momento de sair. São três paredes, uma alma (ou duas), milhares de telhas de cerâmica e o mundo particular. É o telhado.
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