quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Alexander W. E Sua Xícara de Açúcar


Nunca gostei de lobos. Quando dormia na casa da minha avó eu sempre escutava seus roncos e podia jurar que eram uivos, uivos medonhos. Eu sabia que uma porta entreaberta era o suficiente e meu lençol, fino demais.
Lembro da época de “Pedro e o Lobo” e de como eu mal conseguia assistir o filme, mesmo com outras pessoas. Meus pesadelos em primeira pessoa... AQUELE pesadelo. Um sonho lupino que, mesmo depois de crescida, me impediu de colocar os pés no chão.
Cheguei a ganhar um livro. “A Verdadeira História dos Três Porquinhos” era o título, e narrava o conto do ponto de vista de A.Wolf, um lobo. É realmente uma boa história, eu gostava desse lobo inocente e civilizado que desejava apenas fazer um bolo para a avó. Eu QUERIA acreditar nesse lobo.
Mas uma coisa que você aprende sobre os lobos é que eles não são inocentes. Acho que talvez seja por isso que u nunca confiei em cachorros... Sempre acabo voltando ao meu sonho e á cena de um filme que mostra uma floresta escura e apenas dois pontos luminosos, duas faíscas amarelas, cheias de malícia.
O que me assusta nos lobos não são seus dentes afiados, mas a maneira como sabem escondê-los. Não suas garras, mas sua fala macia e jeito de amigo próximo. Eles sempre estarão lá para mostrar o caminho da casa da vovó, mas não sem antes te espionar por entre as árvores e pensar: “Que garotinha deliciosa... E que belo capuz!”
Não, não, não. Não gosto de lobos. Eles estão sempre famintos, sempre gentis com suas lamparinas âmbar. Estão em toda parte e á medida que cresço vou me dando conta de que eles não vão embora quando fechamos os olhos. Oh, meu bem! Esse é o momento que eles estavam esperando.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Monocromo


Odeio essa sensação de que meu dia se perde em significado quando não posso encontrá-lo. Odeio essa distância de você, irmã, a falta de te ver, a saudade. Porque essas letrinhas numa tela não me dizem nada, não me fazem te enxergar nem saber como está.
É uma solidão, um desânimo... Viver é um despropósito e bem sei como é ai que as coisas começam a ficar perigosas. Sonambulando pela casa e pela cidade, monocromando ao sol. Sentindo minhas Células adoecerem aos poucos e meus olhos arderem de cansaço.
Não quero amanhã, não se ele for como manda o script. Não quero mais um dia desfigurado, ainda pior que hoje. Quero mais domingos, mais companhias e objetivos, mas Solmingos. Mesmo com chuva, mesmo com raios, pra mim está tudo bem, desde que eu possa te encontrar, abraçar e entender o que você está sentindo. Esquecer um pouco dele, tirar da cabeça.
Descobri que a liberdade pode ser apenas uma prisão irônica se você é o único a desfrutá-la. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No Sugar, Thanks


Queimei a ponta da língua e já não posso sentir nada doce. Tudo o que me vem á boca fica amargo, salgado ou azedo. Não reclamo, até gosto; pode ser muito bom dar uma pausa das coisas melosas.
Alem do mais, já estou acostumada. Poderia dizer que a terapia desadocicada faz bem:
O salgado é simples.
O azedo quebra o enjôo.
O amargo puxa pra realidade.

Só tenho a ganhar com três sabores tão rejeitados. Vou descansar minhas maltratadas papilas gustativas e ver se ponho um pouco de juízo na cabeça. Não há com o que se preocupar: logo-logo minha língua vai ficar bem e eu estarei novamente pronta para ser iludida por tudo o que é doce.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Esclarecimentos

Em alemão, a palavra para "paixão" é

LEIDENSCHAFT

Ela pode ser dividida em, basicamente, duas partes:

LEIDEN e SCHAFT

"SCHAFT" é um sufixo que caracteriza substantivos femininos no geral, e

LEIDEN

É uma outra palavra, que significa

SOFRER





Será que isso faz algum sentido?

Por trás daquele "Bom Dia"

   Queria ter mais coragem. Poder dizer o que está aqui preso até agora, pulsando em algum lugar entre meu peito e minha língua. Se as pernas não tremessem, eu não ficasse enjoada, se não me sentisse tão ridícula a atenta à minha insignificância...
   Queria poder dormir, mas eu fecho os olhos e pensamentos sonâmbulos persistem e insistem, me cutucando com aspereza. Quero dormir tanto quanto quero falar, contar de uma vez por todas. Mas, por mais que esteja cansada, de tudo, simplesmente exausta, eles não vêm;  nem meu sono, nem minha coragem.
   Que se pode fazer com pálpebras que pesam, mas não fecham e frases que sufocam mas são soam? Estou entalada e enlatada na minha conserva de azeite, atum e impotência, quase enlouquecendo.

domingo, 13 de novembro de 2011

But I Do

When you said goodbye
And left me with my junk
I thought I'd nearly die
But I just got really drunk


Now that I've seen you there
With that dress
I know I shouldn't care
But I do... I do...


So just take it, take it, take it, take it out
I can't think of, think of, think of, think about
I gotta get you, get you, get you, get you off
My head


When you said hello
And talked to me that night
I thought I'd nearly die
My throat became too tight


Now that I've seen you there
With that smile
I know I shouldn't care
But I do... I do...



So just take it, take it, take it, take it out
I can't think of, think of, think of, think about
I gotta get you, get you, get you, get you off
My head

Do Outro Lado do Espelho

   Sinto como se a máscara do mundo tivesse caído e finalmente me feito ver o quanto tenho sido ridícula. Não há nada aqui pra mim. Aqueles olhos brilham pra todos do mesmo jeito. Por que, oh céus, seria diferente comigo? Mas a vontade de me enterrar só não é maior que o impulso de olhar dentro da sua íris.
   São duas piscinas de água cristalina que mais parecem ímãs. Então que parem de voltar-se para mim quando tenho de me concentrar no que estou fazendo. Será que pensa não ser difícil o suficiente sem senti-las me queimando vez ou outra? E a boca? Devia ser proibido sair na rua assim! Aquela curva perfeita de Michelangelo com um ponto final no canto direito me põe em devaneios por horas a fio. 
   Mas não passa disso. Ela não é minha e nunca foi... Muito menos vai ser. É como olhar para um espelho por tempo demais, acreditando estar vendo movimento do outro lado. Uma hora, no entanto, você descobre que era apenas seu próprio reflexo, adoçado com tudo aquilo que deseja ser verdade. Mas não é. E o momento chegou de não mais deixar-se iludir de forma tão dolorosa por um pedaço de vidro quebrado. Mesmo que tenha olhos azuis.

Ring my Bell

I don't wanna suffer for you, babe
Won't you make it clear?
We're already up to november
The edge is comming near

I would make my best to be your taste
But tell me since you're undecided
'Cause I've got no time to waste

It's almost summer and I'm almost done
The sun is out and I wanna be as well
We both know I ring your bell
So don't you dare to go back home

(Before you)

Tell me what is that you want, oh, babe
Thought I wouldn't see?
We are stumbling in the dark
And that is not where we should be

I would do my best to make you stay
But tell me, since you're undecided
I'm no toy for you to play

It's almost summer and I'm almost there
The sun is out and I wanna be as well
We both know you ring my bell
Just look at me, you know where

(But)

I don't wanna suffer for you, babe
Did I make it clear?
We're already up to november
The edge is comming near

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um copo de Vodka que nunca existiu.

Ela pegou o copo, cheio com alguma bebida aleatória, e andou pra longe. Parou em um lugar escuro, totalmente consciente dos passos que a seguiam. Encostou-se na cerca e levou aos lábios o liquido, cheio de álcool e qualquer outra coisa barata, fingindo não querer olhar para a pessoa ao seu lado.
-       Por que você veio pra cá? – ele perguntou.
Ela bebeu outro grande gole da coisa, já sentindo a cabeça girar.
-       Por que você está me evitando? – inquiriu novamente.
-       Estou fugindo. – respondeu ela, seca e a contragosto. O estômago gelava e isso nada tinha a ver com bebida alguma. Ele se aproximou um pouco mais.
-       Mas eu gosto de você. – começou o menino, sem perceber que ela apertava o copo com a mão. – Quer dizer, você é realmente legal.
Ela mirava os próprios sapatos, imaginando o quão brilhantes deviam ser aqueles olhos que agora a questionavam.
-       Sabe, é ai que está o problema. Você é o meu tipo. Mais que isso, talvez.
-       E dai?
Céus. Existiria alguém assim tão inocente? Seria ele sonso ou apenas escondia a verdade de si mesmo? Ela respirou fundo.
-       Tente entender... – começou. – Eu estou com medo de acabar gostando de você de outra forma. – Fez uma pausa. – Tenho medo de já estar gostando.
Olhou para ele pela primeira vez. Aquele olho claro deveria lhe dizer alguma coisa, mas ela não conseguiu traduzir no momento. Estava confusa demais. Talvez bêbada demais. De todo jeito, sua garganta apertou e ela foi forçada a desviar o rosto novamente. Ele avançou um pouco mais e a abraçou. Começou então a cantar uma musica, aquela que tantas vezes haviam cantado juntos.
Ela se afastou, a boca com gosto de metal.
-       O que há de errado com você? – exaltou-se a menina. – Não percebe o que acabei de dizer? – Os olhos claros miravam-na, confusos. – Não deixei claro o quanto doeria ter você por perto sem te ter pra mim? Me mata ouvir de você essa musica! Me mata sentir sua pele na minha!
Calou-se, percebendo aos poucos o que havia dito. Sentiu-se novamente tonta e apertou os olhos, sem mais poder encarar o rosto na sua frente.
-       Eu... – começou ele. Mas não encontrou mais palavras.
Sem saber o significado desse silêncio ela sentiu que a visão ia ficando turva. “Lágrimas sempre vêm nas horas erradas” pensou, sufocando-as. Virou a bebida e engoliu de vez o restante. Jogou o copo no chão e amassou com os pés.
-       Eu não sou um brinquedo. – disse a menina e, segurando-se para não dar-lhe um beijo, virou as costas e foi embora.
Teve vontade de olhar para trás, mas sabia que logo-logo haveria outra pessoa ali também e ela não gostaria de ver. “Foda-se”, pensou, e voltou para dentro em busca de mais álcool.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Já Não Posso Dormir

Lembra
Daquelas tardes de verão
Das horas que agente perdia
Do barulho de mar de todo dia

Já não
Tenho mais disposição
Já não aguento essa cidade
Já não temos mais aquela idade

Mas não pega nada
Que aquele passado já virou piada
Os meus problemas todos
Só vêm de madrugada
E eu já não posso dormir
Nem pega nada
Que essa cidade já não passa de fachada
E tudo o que eu te disse é uma mentira deslavada
E eu já não posso dormir

Rezo
Por pessoas que nem vejo mais
Me convenço de que não sou louca
Rezo por essa vidinha escrota

Quero
Vinte pílulas de lexotan
Uma árvore e uma corda
Não ligar mais tanto pro que importa

Mas não pega nada
Que aquela cidade já virou piada
Os meus problemas todos
Só vêm de madrugada
E eu já não posso dormir
Nem pega nada
Que aquela sempre foi uma piada mal-contada
E tudo o que eu te disse é uma
Mentira deslavada
E eu já não posso dormir

29/10/11

   Tem coisas da vida tão misteriosas que sinto que nunca poderei desvendar. Um beijo, um olhar, o jeito que o vento sopra certas horas, o tamanho da lua, um dia... Sábado. Nem consigo explicar O QUE É que eu não entendo desse sábado. Foi sutil e ao mesmo tempo escancarado.
  Os momentos que deveriam durar séculos (que geralmente acabam durando segundos) realmente foram longos, satisfatórios, incríveis. Uma tarde inteira, um pôr do sol, , MAR, MAR e MAR. Luzes saltos, cores e música, ESTRELAS, ESTRELAS e ESTRELAS.
  Foi também estranho e indecifrável o jeito das coisas de serem e não serem ao mesmo tempo. Ai, Sábado. O dia que se estendeu até as horas de domingo, mas ainda era ele, eu tenho certeza!
  Pra quê tanto drama em cima de parcas 24h? Eu também não sei. É difícil pra mim explicar, mas foi uma alucinação, um acontecimento metereológico.
E uma única frase resume essa merda de texto: Viva a magia dos Sábados.