O mundo todo parece cheirar a malte e desejo apenas que fora o teu perfume a impregnar-me a carne. Um brilho verde-azulado, desses de pedra de bruxa que me faz sentir pequenos peixes de cor translúcida me fazendo cócegas nos pés, prendendo fogo em meus poros. Os peixes turvam a água. Talvez eu esteja alucinando.
Olhos repuxados me encaram. Olhos que preferem a escuridão à distância fria, que preferem o silêncio às futilidades, às vezes, em noites dessas de duas-da-manhã. E isso não sei, ainda, se por ocasião de êxtase ou por arrepio inconsciente causado por minha presença.
Mas se pudesse voltava no tempo, não tirava a segunda rolha. É uma lembrança tão infame, torturante. A sensação dos músculos travados, secos, do sono de desespero que me acomete quando daquilo pretendo tratar. E tudo ao reverso: ao invés de perfeito tenho (tremendo) o perverso devaneio e consequente fracasso disperso.
Mas não por desinteresse, jamais. Se pudesse eu (acreditar), cruzava a mesa num salto, porque também eu sei caçar e, juro, não só antílopes.