Sob o céu, à vista das deusas e deuses, quero ter a cabeça entre tuas pernas e que o som mais forte desse mundo seja o da tua respiração ofegante. A sensação de grama entre os dedos apenas completando, em algum plano neural, o roçar dos seus pelos beijados pelo fogo.
E que haja calor, mas que o esquentar do sol seja um registro morno e distante perto da irradiação da tua pele de estrela incandescente. E ainda assim, seda mais suave não existe.
Sob o céu, à vista dos deuses e das deusas, quero tua carne tremendo ao ritmo das minhas papilas. Tua voz, do fundo de pulmões em contração, saindo a implorar que eu, por nada nesse mundo, ouse parar de dançar. E assim giraríamos em círculos no universo, ao som da nossa valsa irregular, cuja métrica se esconde em tuas sinapses.
Eu as recebo como andas de rádio, pelos olhos fechados, pela mão agarrando tua perna, pelos l[abios beijando os teus, molhados.
Depois de escutar teu grito ecoar pelo vácuo do universo infinitas vezes, acostar a cabeça em teu plexo, beijar teu umbigo, sentir tudo zumbindo ao nosso redor. Só então descansar, deixando a exaustão tomar nossas fibras e afrouxar até as tensões atômicas, permitindo que nossas moléculas se derretam umas nas outras.
E que Morfeu nos olhe com ternura e que suas lágrimas caiam sobre nossos olhos como areia, apagando tudo, gradiente. Sob o céu, à vista das deusas e dos deuses, resson(h)amos tranquilidade.
Como as notas de uma melodia que no início não fazem sentido, mas depois começam a soar familiares.
sábado, 25 de junho de 2016
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Tandoori Massala
Inspiro Massala
tentando entender
Se é medo
De não poder sentir
Ou de ter saturado
Na real nunca largado
Até tenho
Junto com a minha
A chave da frente
Da sua casa
E a sua mãe
Também gosta de mim
Um dia vi um poema
Sobre a infinitude
De cada segundo
Mas era tão pegajoso
Que eu só queria
Que terminasse
Não é qualquer
Tarde de outono
Que pode conter
Todos os sons
Que imagino deitada
Nas noites silêncio
Escutei vindo
Seus passos detrás
E senti na nuca
Quando se deteve
E olhou através
De olhos fechados
Gosto de sentar
De frente pro fundo
E sentir metonímias
Do jeito da vida
E de como me leva
Sem dizer o caminho
Como não disse
E nunca direi
Posso até mentir
Mas mistério sempre
Há de andar por aí
Música sem nome
Às vezes acho
Que já não há
Mais nada sagrado
Exceto talvez
O brilho oblíquo
De um olhar distante
Desconhecido

Ou Tandoori
Massala colorado
Que estampa a ponta
Do nariz queimado
Do frio lá fora
Da minha cabeça
Desconhecido
Distante como esse
Céu azul-argento
Que falta semana
Pra descascar
Igual calendário
E nasce julho
Desconhecido
Me salva como
Astronauta caída
Que com carne rosada
E mirada de raposa
Sussurra pra mim
Que não pirei, ainda
Ainda não pirei
tentando entender
Se é medo
De não poder sentir
Ou de ter saturado
Na real nunca largado
Até tenho
Junto com a minha
A chave da frente
Da sua casa
E a sua mãe
Também gosta de mim
Um dia vi um poema
Sobre a infinitude
De cada segundo
Mas era tão pegajoso
Que eu só queria
Que terminasse
Não é qualquer
Tarde de outono
Que pode conter
Todos os sons
Que imagino deitada
Nas noites silêncio
Escutei vindo
Seus passos detrás
E senti na nuca
Quando se deteve
E olhou através
De olhos fechados
Gosto de sentar
De frente pro fundo
E sentir metonímias
Do jeito da vida
E de como me leva
Sem dizer o caminho
Como não disse
E nunca direi
Posso até mentir
Mas mistério sempre
Há de andar por aí
Música sem nome
Às vezes acho
Que já não há
Mais nada sagrado
Exceto talvez
O brilho oblíquo
De um olhar distante
Desconhecido

Ou Tandoori
Massala colorado
Que estampa a ponta
Do nariz queimado
Do frio lá fora
Da minha cabeça
Desconhecido
Distante como esse
Céu azul-argento
Que falta semana
Pra descascar
Igual calendário
E nasce julho
Desconhecido
Me salva como
Astronauta caída
Que com carne rosada
E mirada de raposa
Sussurra pra mim
Que não pirei, ainda
Ainda não pirei
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