O frio que desce em brisa dos seus lábios
Corta mais que a navalha desenhada no seu braço
Emudecidos como dois otários
O frio quebra o gelo pra cortar o embaraço
Como foi que nos perdemos aqui?
O peso morto do seu coração só me faz mal
Afinal, pra onde mais podemos ir?
Se você queima folhas, minha boca, não discute, desconversa e tal, e tal
Tem um fantasma
Que sapateia na minha sala
Eu gosto do tom de vermelho desse sofá
Tenho sapatos
Que sapateiam na entrada
Eu gosto de marasmo e da brisa do mar
Outros planetas
Que se deslocam pelo céu
Não sei se são satélites ou folhas de chá
Outras palavras
Já não se prendem no papel
Camadas e camadas de uma bolha de ar
Em meio ao eco surge um arrepio
Correu em minha espinha afiado calafrio
Um olhar morto, um sorriso vazio
Eu chego a desejar por um silêncio mais macio
E se um dia eu atravessar
Pelo seus pensamentos e um sorriso surgir
Afinal, do que podia se lembrar?
Se os momentos bons parecem sombras
Que se escondem e não cansam de fugir
Tem um fantasma
Que sapateia na minha sala
Eu gosto do tom de vermelho desse sofá
Tenho sapatos
Que sapateiam na entrada
Eu gosto de marasmo e da brisa do marOutros plantas
Que se deslocam pelo céu
Não sei se são satélites ou folhas de chá
Outras palavras
Já não se prendem no papel
Camadas e camadas de uma bolha de ar