sábado, 4 de fevereiro de 2012

Wardrobe



I knew they'd tell you that it's cold outside
But you feel colder, colder, cold inside
That wooden door
And what it keeps behind

Don't you feel the creepy running down your spine?
Your arms are open, open, open wide
Why you so hurted?
There ain't no big surprise

He stole your lyrics and
What's left from your youth
You say you know that sound
You know you know the truth
"It's just a wardrobe" (x2)

Oh, mamma told you there's no wolf at all
But you can hear the footsteps at the hall
You know his eyes
Thoes golden yellow balls

Oh, now it's day again and no worries left
But this is not the kind of wolf that rests
He smiles at you
Because your head's his nest

He stole your lyrics and
What's left from your youth
You say you know that sound
You know you know thw truth
"It's just a wardrobe"...

Veneno

     Olho-Vivo estava sentado na cadeira, a imagem mostrada na tela à sua frente estava congelada. Podia escutar os passos do Marechal Estrela, andando em círculos  ao redor dele. Já tinha visto a cena incontáveis vezes e ainda não havia nada que pudesse fazer. 'O que está feito está feito' diria Pétrequis. Não poderia mudar isso, não importa quantas vezes assistisse a fita.
     "Viu, Olho-Vivo? Conseguiu enxergar o que lhe pedi?" Perguntou o Marechal Estrela, a raiva cega lhe escapava pelos cantos da voz, disfarçada por uma grossa camada de calma cortês.
     "Senhor, eu devo insistir.... Não há propósito, não há..." Começou Olho-Vivo, mas foi imediatamente interrompido.
     "Não viu?" O Marechal mantinha a expressão impecavelmente alinhada. "Vamos assistir de novo." Disse, apertando um botão do controle. A cena recomeçou. "Vou dizer mais uma vez, Olho-Vivo. Quero que repare no timo, quero que repare NO MALDITO BRILHO NOS OLHOS!" Gritou, espancando Olho com a voz e as costas da mão.
     "Senhor, eu... Eu já ví... Não há nada que se possa fazer agora. Me desculpe, Senhor, eu... Pétrequis diz sempre que não se pode mudar o que está feito." Balbuciou Olho-Vivo, suplicante.
     "Oh, sim. Tenho certeza de que Pétrequis está certo. A merda está, de fato, feita." Estrela já quase não podia conter a ira. "E onde estava Pétrequis quando devia estar cuidando de VOCÊ?"
     "Receio que ele estava com um projeto, Senhor. Aquele sobre..." Hesitou por um instante. "Sobe as torradas."
     O Marechal soltou uma bufada de escárnio. " 'Por que as torradas têm gum gosto melhor que pão normal e o que o crunch tem a ver com isso?' ele pergunta... Já eu, EU pergunto o que fazer com uma razão que deixa o sentinela sozinho com a esperança." Largou o corpo remendado na grande poltrona vermelha e coçou o tapa-olho. A imagem da decepção ainda passava na tela. O resto do corpo estava dormitando, como todas as noites, mas o salão de audiência estava ativo, com suas cinco cadeiras, uma ocupada por Olho-Vivo e a poltrona por Estrela. Cérebro e Alma dormiam, sedados por sonhos, mas acordariam em poucas horas.
     "Conte-me de novo o que aconteceu, Olho, e conte-me tudo." Disse o Marechal Estrela com uma voz cansada e impaciente. E Olho-Vivo contou.
     "Eu estava em meu posto, senhor, estava acordado, ví todos os sinais e tomei nota. Eu ia prevenir a guarda de aço, juro que ia! Mas ela chegou, meu senhor, Moonie Verde, e sabe como ela é. Convenceu-me de que não era nada, disse que não valia à pena alertar a todos, que eram sinais falsos."
     "Não é o seu trabalho julgar isso, Olho-Vivo." Repreendeu Estrela "Deixe isso comigo e com Pétrequis."
     "Mas Pétrequis não estava lá, Senhor, como o senhor mesmo disse. Mas Moonie Verde estava e fez o que sempre faz."
     O Marechal Estrela suspirou. Sabia o que tinha de ser feito, mas estava cansado e abatido e conhecia o procedimento doloroso para resolver tudo.
     "Saia da minha frente, Olho, vá lavar o rosto e preparar-se para voltar ao posto." Disse o Marechal, mas quando Olho-Vivo levantou-se e fez menção de sair, completou "Antes, porém, faça com que Pétrequis pare de perseguir torradas e vá domar Moonie Verde... Sei como ela é necessária, mas agora preciso que ela DURMA."
     Olho fez uma reverência e dirigiu-se para a saída da sala de audiência.
     "E, Olho-Vivo, " Disse o Marechal Estrela "Diga a Veneno que quero falar com ele."
     Os olhos de Olho-Vivo arregalaram-se tanto que quase tomaram o rosto todo. Sua boca moveu-se numa tentativa débil de protesto, mas Estrela não lhe deu chance de encontrar as palavras.
     "Sabe tão bem quanto eu que não há alternativa." Disse "Todos sabemos que quando vocês cagam, quem tem que limpar é Veneno. Agora faça o que eu mandei."
     Olho-Vivo assentiu e deixou o salão. Minutos depois a porta voltou a se abrir, dando passagem ao subordinado todo vestido de negro que atravessou a sala em passos firmes e pôs-se aos pés do Marechal.
     "Senhor." Disse, simplesmente. A profunda infelicidade de sempre marcava a voz do servente de rosto jovem.
     "Veneno." Suspirou Estrela, e fez o que tinha que fazer.

I'll Be Chasing